Alemanha celebra 1º casamento gay após lei entrar em vigor
1 de outubro de 2017Dois homens alemães fizeram história neste domingo (01/10) ao se tornarem o primeiro casal do mesmo sexo a se casar oficialmente na Alemanha, depois que a lei de legalização do casamento homossexual entrou em vigor no país.
Bodo Mende, de 60 anos, e seu parceiro Karl Kreile, de 59 anos, trocaram alianças na prefeitura do distrito de Schöneberg, em Berlim. Depois, o casal posou para uma multidão de fotógrafos e equipes de TV de todo o mundo que se amontoavam junto aos familiares e amigos no local.
Apesar de ser um domingo, autoridades de várias cidades alemãs, como Hamburgo e Hannover, abriram excepcionalmente suas portas para a realização de casamentos no dia da entrada em vigor da nova lei.
Mende e Kreile, ativistas a favor do casamento homossexual, estão juntos desde 1979 e queriam trocar seus votos o mais rápido possível, após estarem entre os primeiros casais a estabelecer uma união estável civil, em 2002.
"Eu estou incrivelmente satisfeito. É extremamente simbólico ser reconhecido como um casal completamente normal e não mais ter um casamento de segunda classe", afirmou Kreile depois que os dois cortaram uma fatia de bolo decorado com as cores do arco-íris.
O matrimônio ocorre três meses depois de o Bundestag (Parlamento alemão) aprovar, em 30 de junho, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e igualar perante a lei os direitos e deveres de pares heterossexuais e homossexuais.
A mudança teve efeito sobretudo na adoção de crianças, que agora também poderá ser realizada por casais de gays e lésbicas. Até então, a adoção só poderia ser feita separadamente e, depois, era possível adotar os filhos – tanto biológicos como adotados – do parceiro.
Com a entrada em vigor da nova lei, os casais homossexuais que já mantêm uma união estável civil e que quiserem se casar terão que comparecer novamente a um cartório.
Com a aprovação pelo Bundestag, a Alemanha se tornou a 15ª nação europeia a legalizar o casamento gay. A Holanda abriu o caminho em 2000, seguida de forma fragmentada por outros países europeus, incluindo a Espanha, Suécia, Reino Unido e França.
FC/afp/rtr/dpa