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Alemanha concede visto humanitário a homossexual checheno

8 de junho de 2017

Governo alemão analisa outros quatro pedidos de proteção a gays que alegam serem perseguidos na Chechênia. Em abril, jornal denunciou prisão e assassinatos de homossexuais na república russa.

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Em abril de 2017, manifestantes exigiram fim de perseguição a gays na Chechênia em frente à chancelaria federal alemã, em Berlim
Em abril, manifestantes exigiram fim de perseguição a gays na Chechênia em frente à chancelaria federal alemã, em BerlimFoto: Getty Images/AFP/J. McDougall

O governo alemão concedeu um visto humanitário a um homossexual checheno que chegou nesta semana à Alemanha, informou nesta quinta-feira (08/06) o Ministério do Exterior alemão.

Segundo fontes do ministério, um total de cinco casos foram submetidos à embaixada alemã em Moscou. O governo está avaliando a situação dos outros quatro solicitantes para averiguar qual é o melhor tipo de proteção para ser oferecido.

Em abril, o jornal russo Novaya Gazeta denunciou que as autoridades da polícia da república russa da Chechênia prenderam mais de cem homossexuais e incitaram suas famílias a matá-los para "lavar a honra". Outros três teriam sido mortos.

Ativistas denunciam centro de tortura a gays na Chechênia

Ativistas e organizações LGBT afirmaram que suspeitos de serem homossexuais seriam torturados em centros de detenção ilegais.

A Chechênia, que integra a federação russa, tem maioria muçulmana. O presidente do país, Ramzan Kadyrov, e o governo russo negam as acusações. O porta-voz de Kadyrov chegou a dizer que as acusações são falsas, porque não há homossexuais na Chechênia.

De acordo com o Novaya Gazeta, ao menos duas pessoas foram assassinadas por seus familiares e uma terceira pessoa morreu em consequência dos atos de tortura.

Homossexuais chechenos que fugiram para Moscou relatam agressões e detenções numa "prisão não oficial" e dizem viver sob o temor de serem identificados e localizados pelas famílias.

Em maio, o Parlamento Europeu apelou para que as autoridades chechenas dessem fim à "campanha de perseguição" contra os homossexuais e exigiu a libertação imediata de todas as pessoas detidas ilegalmente.

A Alemanha concede vistos humanitários a pessoas que conseguem demonstrar que estão sob grave perigo. A chanceler federal alemã, Angela Merkel, pressionou em maio o presidente russo, Vladimir Putin, a proteger os direitos de homossexuais na Chechênia.

KG/ap/lusa