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Investida pós-crise

28 de fevereiro de 2010

A iniciativa dos governos em Paris e Berlim de uma administração econômica para União Europeia (UE) está em via de se concretizar. Uma cooperação econômica mais acentuada deverá evitar futuras crises na Europa.

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No futuro, países-membros da UE soferão maior controleFoto: dpa

Segundo reportagem da revista alemã Spiegel, os ministérios das Finanças da França e da Alemanha apresentaram, em um documento estratégico conjunto, pontos-chave para uma maior cooperação econômica na Europa.

O objetivo de tal cooperação seria evitar futuras crises econômicas, como a que acontece atualmente na Grécia. Até o sábado (27/02), o Ministério alemão das Finanças recusava-se a fazer comentários sobre a existência do documento.

União política a partir da econômica

Seja a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, do mercado interno ou do euro: a ideia fundamental da UE sempre foi chegar a uma unidade política a partir de uma integração econômica. Dessa forma, a noção de uma administração econômica para o bloco não é tão absurda.

Em seu encontro de cúpula no início de fevereiro em Bruxelas, os chefes de Estado e governo do bloco discutiram a controversa proposta. Até agora, as tarefas da planejada administração financeira ainda são vagas.

Atrás da proposta está o desejo de que futuramente, em seus encontros de cúpula, os líderes dos Estados-membros da UE discutam mais intensamente questões ligadas à economia, estabelecendo padrões e sintonizando opiniões. Até agora, essa foi tarefa dos encontros de ministros das Finanças do bloco.

Crise da Grécia

Após a dramática crise financeira e econômica que atingiu um novo apogeu com a ameaça de insolvência estatal da Grécia, essa intensificação do foco econômico dentro da UE é uma consequência lógica.

Segundo a reportagem da revista alemã, os novos planos preveem que o Conselho da UE e a Comissão Europeia observem de forma mais crítica o desenvolvimento da competitividade de cada Estado-membro. Citando um trecho do documento, a Spiegel afirma que o objetivo seria "manter a cooperação da zona do euro".

No caso de desdobramentos indesejáveis, a Comissão Europeia poderá, no futuro, intervir bem mais cedo e de forma bem mais abrangente do que agora. Os países-membros receberiam advertências de Bruxelas, "caso sua política econômica represente uma ameaça à união monetária".

Novos instrumentos

Neste sábado, a ministra das Finanças da França, Christine Lagarde, afirmou que a crise na Grécia irá acelerar a criação de uma administração financeira para o bloco. No futuro, os países terão que cooperar de forma ainda mais estreita. "Novos instrumentos devem ser criados para avaliar com maior minúcia as finanças dos países-membros", disse Lagarde.

Ainda segundo informações da Spiegel, Lagarde apresentou juntamente com Wolfgang Schäuble, seu homólogo alemão, sua concepção numa carta ao presidente do Eurogrupo, o primeiro-ministro de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker. As sugestões deverão ser analisadas no próximo encontro de ministros de Finanças dos países da zona do euro.

CA/dpa/afp
Revisão: Augusto Valente