Alemanha escapou por pouco de atentados
18 de agosto de 2006Por pouco a Alemanha não teria vivenciado em fins de julho dois atentados de conseqüências não previsíveis. Os estopins das bombas depositadas em malas que foram descobertas no dia 31 de julho num trem a caminho de Hamm e na estação ferroviária de Koblenz, num trem que iria para Mönchengladbach, deveriam ter explodido ao mesmo tempo, às 14h30. Um mero erro de construção impediu as explosões, explicou Jörg Ziercke, presidente do Departamento Federal de Investigações (BKA), numa conferência coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (18/08) em Wiesbaden.
Ziercke e Rainer Griesbaum, da Procuradoria Geral da República, apresentaram imagens gravadas por câmeras de vídeo na estação central de Colônia, onde os dois trens se cruzaram. Elas mostram dois homens de 20 a 30 anos e com aparência de estrangeiros, carregando as malas no horário que viria ao caso. Os suspeitos estão sendo procurados por tentativa de homicídio e participação numa organização terrorista nacional. "A recompensa de 50 mil euros mostra que estamos preocupados", afirmou Ziercke.
Se os estopins tivessem explodido, os trens teriam provavelmente descarrilado. No entanto, as autoridades não acreditam que a intenção fosse causar uma matança, como no caso dos atentados de 2005 em Londres e de 2004 em Madri, já que os estopins deveriam explodir antes da chegada às estações de destino. Além disso, tudo indica que os suspeitos desceram dos trens antes que eles partissem, ou seja, não são terroristas suicidas.
Um bilhete em árabe e embalagens de alimentos encontrados nas malas apontam para o Líbano, mas as autoridades alemãs não têm indícios de que haja ligações com organizações estrangeiras.
Ministro adverte
A possibilidade de que haja novas tentativas de atentados existe, alertou o ministro do Interior, Wolfgang Schäuble. Ele solicitou à população que ajude na identificação e busca dos dois suspeitos, acentuando no entanto não haver motivos para pânico. Não existiria nenhum motivo para evitar a utilização de trens e outros meios de transporte público. Mas "a idéia de que nós na Alemanha vivemos numa ilha de bem-aventurança sempre foi falsa", concluiu.
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