Alemanha estende controles de fronteira até fim de outubro
13 de outubro de 2015Diante de um afluxo recorde de migrantes, a Alemanha estenderá os controles fronteiriços temporários até o fim de outubro, comunicou o Ministério do Interior do país nesta terça-feira (13/10). O foco se mantém sobre a fronteira com a Áustria.
O governo alemão, que instaurou os controles em 13 de setembro, comunicou à Comissão Europeia a intenção de mantê-los até 31 de outubro, pois "a situação na fronteira não nos permite abrirmos mão da medidas", disse uma porta-voz do ministério à agência de notícias AFP. Segundo ela, o país "precisa retornar a um processo ordenado na política para os refugiados".
Os 26 países signatários no Acordo de Schengen, de fronteiras abertas, podem restabelecer temporariamente os controles fronteiriços com os demais Estados-membros, caso eles representem uma ameaça à segurança ou em outras circunstâncias excepcionais. Os países podem instituir os controles por dez dias e mantê-los por "períodos renováveis" de até 20 dias, num total de, no máximo, dois meses.
"Centros de detenção"
A Alemanha, o país mais populoso e economicamente mais forte da União Europeia, tem recebido a maior parte dos migrantes que chegam à Europa para escapar de guerras e pobreza. O país deve receber pelo menos 800 mil refugiados até o fim deste ano. Alguns meios de comunicação falam até de 1,5 milhão de migrantes.
A chanceler federal alemã, Angela Merkel, instou o país a acolher os recém-chegados e a ajudar a integrá-los rapidamente, mas tem enfrentado duras críticas e queda nos índices de aprovação popular em meio a crescentes temores sobre o fardo que a sociedade alemã possa ter de carregar com a onda migratória.
No estado da Baviera – a principal porta de entrada para os migrantes que viajaram através dos Bálcãs e da Áustria –, o governador Horst Seehofer propôs a criação de "zonas de trânsito" onde os migrantes seriam acolhidos enquanto seus pedidos por asilo são avaliados.
A proposta foi criticada pelos social-democratas (SPD), parceiros da União Democrata-Cristã (CDU) de Merkel na coalizão do governo federal. Eles expressaram ceticismo, argumentando que tais acampamentos equivaleriam a "grandes centros de detenção em terras de ninguém".
PV/afp/dpa