Energia
23 de abril de 2009Em Prenzlau, no Leste da Alemanha, foi lançada nesta terça-feira (21/04) a pedra fundamental da primeira usina de força híbrida capaz de combinar vento, biogás e hidrogênio em escala industrial no mundo.
Segundo Jörg Müller, presidente da Enertrag, empresa energética alemã responsável pelo projeto de 21 milhões de euros, a usina deverá entrar em funcionamento já no início de 2010 e produzir energia elétrica para 2 mil residências e aquecimento para 300 moradias.
Ao lançar a pedra fundamental no início da semana, a premiê alemã, Angela Merkel, saudou a nova usina como um "marco qualitativo" do aproveitamento da energia renovável que deverá funcionar como exemplo para projetos semelhantes. "Isso é algo para o futuro, e que fará escola", afirmou Merkel.
Excedente utilizado para produzir hidrogênio
Na Alemanha, já existem usinas de força híbridas no estado de Baden-Württemberg e na ilha de Pellworm, no Mar do Norte. A particularidade do novo projeto da Enertrag, uma das líderes mundiais do setor de energia eólica, está no armazenamento do excedente de energia eólica através da produção de hidrogênio.
Três turbinas eólicas, cada uma com uma potência de 2 megawatts, formam a base do projeto híbrido. Caso sopre um vento mais forte, que leve a uma produção de energia maior do que a demanda, o excedente é aproveitado para produzir hidrogênio inócuo ao clima através da eletrólise.
O gás é então colocado em tanques e armazenado para tempos de ventos fracos. Em caso de necessidade, o hidrogênio acumulado e o biogás produzido no próprio local podem ser revertidos em energia elétrica através de duas usinas combinadas de calor e energia, cada uma com uma potência de 350 kilowatts.
Construção sensata
Com a nova usina, a empresa Enertrag quer provar que o fornecimento energético seguro e contínuo, baseado em energias renováveis, é possível. No entanto, segundo comentou o jornal berlinense taz, a usina de força híbrida ainda estaria longe de estar pronta para o mercado.
O grau de eficiência do processo como um todo – da produção de hidrogênio até a geração de energia elétrica – ainda seria muito baixo. "A longo prazo, o grau de eficiência energética estará entre 40% e 43%, hoje chegamos somente à metade", explicou ao jornal berlinense Martin Pehnt, especialista do Instituto de Pesquisas Energéticas e Ambientais de Heidelberg.
O objetivo de Enertrag, no entanto, não é somente usar a produção do gás para regular o abastecimento de energia elétrica, mas também usá-lo como combustível. Como forma de testar e desenvolver essa tecnologia, os especialistas consideram sensata a construção de usinas híbridas.
CA/ap/glp/dpa
Revisão: Alexandre Schossler