Alemanha não irá tolerar ataques a mulheres, diz Merkel
7 de janeiro de 2016A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, pressionou as autoridades do país a investigarem a fundo os ataques em massa contra mulheres na noite de réveillon em Colônia. Em coletiva de imprensa em Berlim nesta quinta-feira (07/01), ela disse que tais atos são intoleráveis.
"O que aconteceu na véspera do Ano Novo é completamente inaceitável", afirmou Merkel, após uma reunião com o primeiro-ministro da Romênia, Dacian Ciolos. "São atos criminosos e abomináveis, os quais a Alemanha não irá tolerar."
A chefe do governo também expressou compaixão pelas vítimas. "O sentimento que essas mulheres tiveram, de estar completamente indefesas e à mercê é, para mim, intolerável. E, por isso, é importante que tudo o que aconteceu venha à tona", acrescentou a chanceler federal.
Merkel disse ainda que o governo irá considerar algumas medidas, como mudanças na lei e maior policiamento nas ruas. Ela mencionou um aumento no orçamento do Ministério do Interior e prometeu contratar 4 mil funcionários adicionais para a Polícia Federal neste ano.
"Precisamos também continuar debatendo sobre a base de nossa convivência cultural na Alemanha. O que as pessoas esperam, com razão, é que atitudes sigam as palavras", disse ela.
Merkel prometeu dar muita atenção à questão da deportação de requerentes de asilo comprovadamente envolvidos em crimes no país, a fim de "servir de exemplo àqueles que não estão dispostos a seguir nossa legislação".
O porta-voz da chanceler, Steffen Seibert, usou o Twitter para publicar um vídeo com o discurso desta quinta-feira, em alemão.
Uma série de assaltos e ataques sexuais a mulheres foi registrada nas imediações da estação central de Colônia, durante a noite de réveillon. Segundo a polícia, mais de 120 mulheres apresentaram queixa, e 16 suspeitos já foram identificados.
Ainda de acordo com a polícia, cerca de mil homens se dividiram em pequenos grupos para realizar os ataques. Testemunhas relataram que eles eram jovens, estavam alcoolizados e, pela aparência, seriam oriundos de países árabes ou do norte da África.
Incidentes semelhantes, mas em escala muito menor, ocorreram na mesma noite em outras cidades alemãs, como Hamburgo, Stuttgart e Bielefeld.
EK/dpa/rtr