Alemanha preparada para atentado biológico
15 de novembro de 2003A Alemanha está preparada para enfrentar um eventual atentado terrorista com o vírus da varíola. O plano de emergência para o caso de uma epidemia da doença, elaborado pelo Ministério alemão da Saúde, envolveu custos da ordem de 220 milhões de euros.
Os 100 milhões de vacinas encomendados pelo país estão armazenados em locais secretos. Em caso de necessidade, a população de 80 milhões de pessoas pode ser imunizada em quatro ou cinco dias, afirmou o presidente do Instituto Robert Koch, Reinhard Kurth.
A Organização Mundial da Saúde declarou a varíola completamente erradicada em 1980, mas laboratórios russos e norte-americanos ainda dispõem do vírus que provoca o mal. Após os atentados de setembro de 2001 e devido à possibilidade de também organizações criminosas estarem em poder do agente causador da doença, a comunidade internacional vêm se mobilizando coletivamente contra possíveis atentados com armas químicas, biológicas e nucleares.
Plano conjunto das nações ricas
Logo após os atentados de há dois anos nos Estados Unidos, a proteção contra a varíola foi a prioridade das sete nações mais ricas do planeta, o chamado G-7. O grupo, formado pela Alemanha, Estados Unidos, Canadá, Japão, Grã-Bretanha, França e Itália, mais o México, decidiu-se por um plano de segurança num encontro que teve no Canadá em novembro de 2001.
Na semana passada, os representantes das pastas da Saúde destes países (Global Health Security Initiative ─ GHSI) voltaram a se reunir para um balanço da situação. Do encontro, realizado em Berlim, participaram ainda a Comissão Européia e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
No pacote de solidariedade acertado em Ottawa, a Alemanha, o Canadá e a Grã-Bretanha haviam se comprometido a colocar parte de suas reservas de vacinas à disposição da OMS. No caso da Alemanha, serão dois milhões de unidades. Em geral, a ministra alemã da Saúde está satisfeita com o plano coletivo de reação a um eventual atentado com o vírus da varíola.
"Precisamos otimizar o plano e melhorar a troca de informações com os outros países", salientou Ulla Schmidt. A simulação de uma epidemia de varíola, feita em setembro, havia revelado uma série de deficiências na comunicação internacional.
A União Européia e seus dez novos membros a partir de maio do próximo ano já dispõem de um sistema de alarme. Ele garante que os responsáveis em cada país membro foram avisados em, no máximo, uma hora depois de ter sido dado o alerta.