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Alemanha quer um cargo na executiva da Fifa

Marion Andrea Strüssmann23 de abril de 2002

O presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Gerhard Mayer-Vorfelder, pleiteia o retorno da Alemanha ao comitê executivo da Fifa.

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Gerhard Mayer-Vorfelder, presidente da DFB, é o candidato alemão para o comitê executivo da FIFAFoto: AP

O 26º congresso da União Européia de Futebol (Uefa), na próxima quinta-feira (25), em Estocolmo, é apenas mais uma reunião de rotina, com a já esperada reeleição de Lennart Johansson, 72 anos, para a presidência da entidade, cargo que ocupa desde 1990. Para a Alemanha, entretanto, o encontro tem um significado especial. O presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Gerhard Mayer-Vorfelder, 68 anos, estará se candidatando para fazer parte do comitê executivo da Fifa.

Estar representado na mais importante federação de futebol do mundo é muito importante para os alemães, especialmente devido à Copa do Mundo de 2006, que será realizada no país.

Desde 1998, a DFB, uma das maiores federações de futebol do mundo, não ocupa um cargo no comitê executivo da Fifa. Na ocasião, Mayer-Vorfelder perdeu o posto para Joseph Mifsud, um advogado de Malta.

O retorno, entretanto, ainda não está assegurado. Pelo contrário. As chances não são nada animadoras. Apenas quatro das oito vagas destinadas à Uefa para preencher o quadro das 24 representações internacionais na Fifa ainda estão disponíveis.

Quatro vagas -

A primeira vaga será ocupada pelo presidente da Uefa, ou seja, por Lennart Johansson. A segunda, por motivos históricos, pertence a um britânico, e o candidato mais forte é o escocês David Will.

As federações futebolísticas da Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales só aceitaram fazer parte da Fifa, à época de sua fundação, se os países fossem reconhecidos como os "inventores do futebol" e pudessem ter influência permanente na organização e nas regras do esporte.

Duas vagas -

Sendo assim, duas das quatro vagas disponíveis já têm donos. A terceira vaga é para preencher um segundo cargo na vice-presidência da Fifa. Como Mayer-Vorfelder só foi eleito para a executiva da Uefa há dois anos, suas chances são mínimas. Os candidatos em potencial para esta vaga são o belga Michel D'Hooghe, o italiano Franco Carraro, o russo Vlacheslav Koloskov e o espanhol Angel Maria Villar, todos sócios de longa data da Uefa.

Uma vaga -

Com isto, sobra apenas uma vaga a ser preenchida. Além de Mayer-Vorfelder, outros quatro candidatos pleiteiam pelo lugar. Um deles é Joseph Mifsud, que acredita na reeleição. Outro é o norueguês Per Ravn Omdal. Ambos apostam na força dos países pequenos e no fim definitivo da era da chamada "aliança dos cinco poderosos", Alemanha, Inglaterra, Itália, Espanha e França, que hoje não possuem mais tanto poder quanto alguns anos atrás.

Franco Carraro já anunciou que pretende lutar pela vaga caso não seja eleito para a vice-presidência da Fifa. O último concorrente é Michel Platini, vice-presidente da federação francesa, extremamente benquisto no futebol europeu.

Desvantagem -

A grande desvantagem que une Platini e Mayer-Vorfelder nesta disputa é que os dois não concordam com a indicação de Issa Hayatou, da República dos Camarões, para o cargo de presidente da Fifa, cuja eleição ocorrerá no dia 29 de maio, em Seul, na Coréia do Sul. Oficialmente, a Uefa aprova o nome de Hayatou.

Tanto o dirigente francês quanto o alemão declararam ser favoráveis à reeleição do suíço Joseph Blatter. Na segunda-feira (22), Platini retirou seu apoio demitindo-se do cargo de assessor da Fifa. Já Mayer-Vorfelder mantém sua posição. E é difícil imaginar que a grande maioria dos 51 membros da Uefa, notoriamente contra a reeleição de Blatter, escolham justamente um sócio que apóia o atual presidente da Fifa, para preencher a vaga ainda disponível.

Vexame -

Mayer-Vorfelder pretende conversar novamente com Johansson antes do congresso de quinta-feira, para sondar quais são suas reais chances nesta disputa. Conforme o resultado, é possível que o presidente da DFB retire sua candidatura. Afinal, perder novamente para o maltês Joseph Mifsud não seria apenas um mero infortúnio e sim um grande vexame em sua carreira.