Otan
1 de fevereiro de 2008Anúncio
O governo em Berlim voltou a declinar do pedido dos Estados Unidos de que a Alemanha envie tropas de combate ao sul do Afeganistão. A chanceler federal Angela Merkel reiterou que o teor da missão das Forças Armadas alemãs sancionada pelo Parlamento está fora de discussão. Isso foi o que confirmou um porta-voz do governo, em Berlim, segundo noticiou o diário Süddeutsche Zeitung. Com isso, o governo alemão rejeita uma reivindicação do secretário da Defesa norte-americano, Robert Gates.
O Parlamento em Berlim estipulou que as Forças Armadas alemãs no Afeganistão devem restringir seu contingente a 3.500 homens e só podem atuar no norte do país, uma região relativamente pacífica. No sul, onde os confrontos são mais acirrados, só seria permitido prestar "ajuda de emergência".
Washington adverte contra cisão na Otan
O ministro da Defesa, Franz Josef Jung, confirmou que a prioridade alemã na missão do Afeganistão continua sendo o norte. Numa carta dirigida ao governo da Alemanha e de outros países-membros da Otan, Gates havia pedido que o contingente da organização no sul fosse elevado para 3.200 soldados, sobretudo com um maior número de pára-quedistas e unidades de helicóptero.
Os Estados Unidos querem dissolver suas infantarias de marinha em meados deste ano. Após fazer um apelo, a fim de que a Alemanha amplie sua missão, Gates chegou a advertir contra uma cisão na Otan, segundo divulgou o Süddeutsche Zeitung.
Jung lembrou da clara distribuição regional de tropas entre os países-membros da Otan. O ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, reforçou a posição alemã de restringir suas tropas ao norte do Afeganistão. Um porta-voz do governo em Berlim qualificou de "surpreendente" o pedido de Gates. Afinal, o empenho alemão sempre teria sido elogiado pelos EUA.
Alemães preparam tropa de reação rápida
As Forças Armadas alemãs estacionadas no norte do Afeganistão compreendem um contingente de 3.200 soldados. Nesta semana, a Otan pediu para o governo em Berlim colocar à disposição da aliança uma tropa de reação, a atuar no norte do país. Segundo informações oficiais, o governo atenderá a esse pedido. Essa unidade deverá sustituir, em meados deste ano, uma tropa norueguesa. A operação militar no Afeganistão será abordada no encontro dos ministros da Defesa da Otan, a ser realizado em Vilnius, capital lituana, na próxima semana.
Os Estados Unidos foram alvo de crítica por parte dos políticos alemães. Sobretudo a mudança de tom no tratamento interno da questão irritou os conservadores. Políticos liberais consideram incomum um país da Otan exigir que outros parceiros da aliança elevem seus contingentes de soldados.
Os verdes advertiram que nenhum governo alemão endossaria uma operação militar no sul do Afeganistão e exigiram mais eficiência no âmbito de atuação civil. O líder da bancada do partido A Esquerda, Oskar Lafontaine, apontou que agora é a hora da vingança, pelo fato de a Otan ter se transformado em uma "aliança mundial de intervenções". (sm)
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