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Alemanha se classifica após batalha com Camarões

Marcio Weichert11 de junho de 2002

Jogo tenso e cheio de faltas transformou-se em festival de cartões. Ambas as seleções terminaram com apenas dez jogadores. Placar de 2 a 0 garantiu vaga alemã nas oitavas-de-final do mundial.

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Marco Bode (esq.) bate para o fundo da rede na saída do goleiro camaronês BoukarFoto: AP

O clima de decisão se fez presente no estádio Ecopa, em Shizuoka (Japão). Diante de 47.085 espectadores, Alemanha e Camarões lutaram com unhas e dentes por uma vaga nas oitavas-de-final da Copa do Mundo. Sem qualquer mudança no time que começou as partidas anteriores, a Alemanha buscou impor-se desde o início, indo para o ataque.

Mas a falta de criatividade, movimentação e organização tornava inócua qualquer esforço. Não demorou muito para Camarões equilibrar a disputa em campo e atestar a fragilidade da defesa alemã. Em falha de Linke, Olembe chegou aos 12 minutos à linha de fundo, já dentro da área, mas seu chute à queima-roupa foi interceptado pelo frio goleiro Kahn.

Aos 25, Wome cobrou com força uma falta. Kahn defendeu com um soco. Por azar, a bola chocou-se contra Metzelder e voltou. Por sorte, foi para fora. Dois minutos depois, outro susto. Em contra-ataque, Geremi cruzou e Song, que joga no Colônia, cabeceou. A bola saiu raspando na trave.

Expulsão

– A supremacia africana trouxe mais insegurança à Seleção Alemã, que passou a exagerar nas faltas. Aos 28 minutos, Hamann recebeu o terceiro cartão amarelo da partida até então. Até o fim do primeiro tempo, seriam mais seis, dois para o líbero alemão Ramelow, que assim teve de ir para o vestiário já aos 40 minutos. Pouco antes, aos 36, a melhor chance da Alemanha. Ziege bateu uma falta e o goleiro Boukar desviou o rumo da bola de tapinha.

Para o segundo tempo, o técnico Rudi Völler buscou suprir a falta de Ramelow na defesa recuando os laterais, sem colocar mais um zagueiro. Preferiu colocar o meia esquerda Bode no lugar do ineficiente atacante Jancker. A substituição foi recompensada logo aos 4 minutos. Até então apagado em campo, Klose recebeu a bola e mesmo cercado por três conseguiu enviá-la rasteira para a área, onde Bode chegou primeiro que o zagueiro Song e a pôs no fundo da rede.

O gol trouxe alívio para a Alemanha e chocou o time africano. Com um jogador a menos, mas em vantagem no placar, Völler recuou sua equipe, armando-a na retranca, dando maior proteção à meta de Kahn. Com isto, os camaroneses comandados pelo técnico alemão Winnie Schäfer passaram a dominar o meio de campo, mas quase sem oferecer perigo. Na melhor oportunidade, aos 27 minutos, novo cruzamento de Geremi e Lauren cabeceou na trave. No rebote, Kahn estava bem atento.

Momentos finais

– O festival de cartões amarelos do juiz espanhol Antonio Lopez Nieto continuava. Mais cinco já haviam sido exibidos desde o intervalo, quando aos 32 minutos o camaronês Suffo tomou o mesmo rumo de Ramelow. O jogo terminaria com 14 advertências e duas expulsões.

Um minuto após a saída de Suffo, Ballack levantou na área e Klose, sozinho, pulou para cabecear e fechar o placar. Foi seu quinto gol no mundial, mantendo a liderança da artilharia. Todos de cabeça. Dos cinco, quatro foram conclusões de cruzamentos de Ballack. Até o apito final, a Alemanha ainda teria mais duas chances de ampliar o marcador, através de Ballack e Jeremies.

Com o 2 a 0, a Alemanha classificou-se para as oitavas-de-final da Copa do Mundo como líder do Grupo E, atingindo sua meta mínima e renovando a esperança de atingir as quartas-de-final, previsto pela própria Federação Alemã de Futebol (DFB) como o fim da linha neste mundial. Na outra partida do grupo, a Irlanda derrotou a Arábia Saudita por 3 a 0 e ficou com a segunda vaga.