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Alemanha tenta repetir Espanha tiki-taka e França de Zidane

Philip Verminnen11 de junho de 2016

Seleção alemã pode repetir feito raro no futebol: deter simultaneamente os títulos mundial e europeu. No entanto, sistema defensivo e problemas físicos de peças importantes preocupam Löw para a estreia contra a Ucrânia.

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O treinador da Alemanha, Joachim Löw, durante sessão de treinamento preparatório para a Eurocopa 2016
O treinador da Alemanha, Joachim Löw, durante sessão de treinamento preparatório para a Eurocopa 2016Foto: Reuters/D. Balibouse

Na Eurocopa de 2016, o técnico Joachim Löw busca repetir um feito alcançado somente por um outro alemão, Helmut Schön, pelo espanhol Vicente del Bosque e pela seleção francesa: deter simultaneamente os títulos de campeão mundial e europeu de futebol.

Schön levou a então Alemanha Ocidental ao seu primeiro título europeu em 1972 e, dois anos depois, como anfitriã, a Nationalelf liderada por Franz Beckenbauer, Gerd Müller, Paul Breitner e Uli Hoeness conquistou a Copa do Mundo.

A vantagem de jogar em casa também foi aproveitada pela França, campeã mundial em 1998, sob comando de Aimé Jacquet. Dois anos depois, na Holanda e na Bélgica, Roger Lemerre arquitetou a última grande conquista dos Les Bleus, comandados então pelo camisa 10 Zinedine Zidane.

Já a Espanha, consagrando o estilo "tiki-taka", conseguiu ainda mais: sob comando de Luis Aragonés, conquistou a Eurocopa de 2008 e, com seu sucessor, Del Bosque, levou o inédito Mundial, em 2010, e repetiu o título europeu, em 2012.

Fragilidade defensiva preocupa

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Com dificuldades para montar a linha defensiva, Joachim Löw terá de confiar em jovens sem muita experiência internacional como o lateral-esquerdo Jonas HectorFoto: picture-alliance/Gladys Chai von der Laage

No entanto, o rótulo de atual campeã do mundo não tem representado grande favoritismo para a Alemanha nesta Eurocopa. Para entrar neste seleto círculo de multicampeões, Löw precisa quase reinventar a seleção alemã – e para tal faltam tempo e peças. Sem mencionar problemas físicos de atletas importantes: Ilkay Gündogan, Mats Hummels, Sami Khedira e Bastian Schweinsteiger.

E os resultados recentes mostram que a máquina de jogar futebol, que encantou o mundo há dois anos no Brasil, está meio engasgada. Nas Eliminatórias sofreu duas derrotas – Polônia, adversária de grupo na Eurocopa, e Irlanda, também classificada. A Nationalelf perdeu também amistosos para principais concorrentes ao título – França e Inglaterra – e, recentemente, para a Eslováquia, em casa.

Após as aposentadorias do capitão Philipp Lahm e do zagueiro Per Mertesacker, o setor defensivo carece de jogadores experientes e se tornou o tendão de Aquiles na escalação de Löw. Em um ano, a seleção alemã atuou 11 vezes e só não sofreu gols em duas oportunidades: contra Gibraltar e no último amistoso, contra a Hungria.

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Entre as poucas certezas na seleção alemã está a segurança transmitida aos colegas pelo goleiro Manuel NeuerFoto: picture-alliance/dpa/T. Eisenhuth

À frente do goleiro Manuel Neuer, a linha de quatro defensores deve ser formada no centro por Jérôme Boateng e Mats Hummels, que não vem de uma temporada muito segura, sofreu uma lesão e será inicialmente substituído por Shkodran Mustafi, e pelo jovem Jonas Hector na lateral esquerda. Na outra ala, Löw terá de improvisar, seja com Benedikt Höwedes – que desempenhou esta função na Copa do Mundo – ou com o volante Emre Can.

No meio-campo, novos pontos de interrogação na cabeça de Löw. Se por um lado Toni Kroos e Thomas Müller transmitem a confiança de atuações regulares, o mesmo não se pode dizer de Sami Khedira, Julian Draxler e Mesut Özil, que anotou somente dois gols pela seleção nos últimos três anos.

Já no ataque, Löw sinaliza que deve optar pela maior movimentação e rotatividade nas posições. Mario Götze, que praticamente passou a temporada inteira esquentando o banco de reservas no Bayern de Munique, deve ser o ponta de lança, em detrimento do campeão turco pelo Besiktas, Mario Gómez, um clássico centroavante de área.

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Em um ano, a Alemanha deixou de sofrer gols em apenas duas partidas: contra Gibraltar e HungriaFoto: Getty Images/Bongarts/M. Hitij

Estreia complicada

A busca pelo tetracampeonato europeu começa logo contra o mais complicado adversário do grupo, a Ucrânia – 19ª no ranking da Fifa. Com apenas seis atletas do elenco atuando fora do país, a base da seleção ucraniana é formada pelos times Dínamo de Kiev e Shakhtar Donetsk.

Sem contar com uma grande estrela, a qualidade técnica do time treinado por Mykhaylo Fomenko fica por conta dos meias Andriy Yarmolenko, do Dínamo de Kiev, e Yevhen Konoplyanka, do Sevilla, da Espanha. Praticamente toda jogada ofensiva passa por eles. Outro nome de destaque é o volante Anatoly Tymoshchuk, que teve uma passagem pelo Bayern de Munique, mas que deve ser reserva nesta Eurocopa.

Prováveis escalações:

Alemanha: Manuel Neuer; Benedikt Höwedes, Jérôme Boateng, Shkodran Mustafi e Jonas Hector; Sami Khedira, Toni Kroos, Mesut Özil, Julian Draxler e Thomas Müller; Mario Götze.

Ucrânia: Andriy Pyatov; Artem Fedetskyi, Yevhen Khacheridi, Yaroslav Rakitskiy e Vyacheslav Shevchuk; Taras Stepanenko e Denys Harmash; Yevhen Konoplyanka, Serhiy Sydorchuk e Andriy Yarmolenko; Roman Zozulya.

Local: Estádio Pierre-Mauroy, em Lille.
Horário: 16:00h (horário de Brasília).
Arbitragem: Martin Atkinson (Inglaterra).