Alemanha é ameaçada por hackers da Rússia, alerta órgão
13 de maio de 2016O Departamento Federal de Proteção da Constituição (BfV) da Alemanha alertou para o perigo de ataques de hackers russos aos sistemas informáticos de instituições de partidos e do governo do país.
Nesta quinta-feira (12/05) foi divulgado que a central em Berlim da União Democrata Cristã (CDU, partido da chanceler Angela Merkel) foi alvo de ciberataques operados possivelmente a partir da Rússia, mas sem sucesso. Como no caso da invasão que, há pouco mais de um ano, deixou temporariamente inativos os computadores do Bundestag (Parlamento), estima-se tratar-se de agentes ligados ao Estado.
Grande parte dos ataques parte de Moscou e São Petersburgo, afirmou o BfV. Um dos grupos de hackers implicados, o Sofacy/APT28, é notório por sua agressividade e está sob observação do BfV há vários anos.
"A segurança informática de agências alemãs do governo, da administração, da economia, das ciência e da pesquisa está sob risco permanente", declarou o presidente do BfV, Hans-Georg Maassen. "Isso se aplica em especial a infraestruturas críticas", como centrais de água ou energia, ou o sistema de abastecimento elétrico.
Espionagem, mas também sabotagem
Em seu blog, em 11 de maio, a empresa de segurança na internet Trend Micro noticiou que desde abril um grupo de piratas cibernéticos tentava atacar os sistemas de computador da CDU.
A página de e-mail do partido foi replicada pelos hackers, com o fim de induzir os usuários a revelarem seus dados de login, inclusive as senhas, que poderiam ser usados para todo tipo de finalidade. Ainda segundo a Trend Micro, usuários de destaque público dos serviços de e-mail da GMX.de e WEB.de na Alemanha também foram alvo de ciberataques.
Maassen explicou que tais operações têm como fim "via de regra, a obtenção de informações, ou seja, espionagem". Porém, no momento, os serviços secretos russos também demonstram "disposição à sabotagem".
Nesse setor, a campanha "Sandworm" visa, além de governos, também firmas de telecomunicação, operadores de energia e instituições universitárias e de formação técnica. "O ciberespaço é um campo de guerra híbrida", observou o presidente do Departamento Federal de Proteção à Constituição.
AV/dw/dpa