Alemães bebem cada vez mais água
13 de agosto de 2004Os alemães estão bebendo mais água mineral do que nunca. No último ano, o consumo per capita da bebida registrou um crescimento de 129 litros, segundo um levantamento feito pela Associação Alemã das Indústrias de Águas Minerais. Em 1970, o consumo per capita era de apenas 12 litros.
Cerca de 9,6 bilhões de litros de água mineral foram postos no mercado em 2003. Em comparação a 2002, houve um aumento de 14% nas vendas, o que torna a água mineral a bebida não alcoólica mais procurada na Alemanha. Um dos motivos para o crescimento contínuo que a bebida vem registrando pode ser a preferência cada vez maior dos alemães por bebidas saudáveis: a água é, sem dúvida, o alimento mais controlado do mercado.
"As pessoas estão cada vez mais conscientes e, uma vez que a água não tem nem calorias, nem carboidratos, e ainda é refrescante, ela vem se tornando cada vez mais uma opção", explica Paul Tarling, analista sênior da empresa de consultoria Zenith International. "A água não tem desvantagens", resume Patrick Hasenböhler, da Bankhaus Sarasin.
Tendência internacional –
Segundo a Zenith, o mercado de água mineral registrou um crescimento mundial de aproximadamente 9%, muito maior que a média do setor de bebidas e alimentos. No total, o mercado de água mineral já movimenta 40 bilhões de euros em todo o mundo.Hoje, as maiores fatias do mercado estão nas mãos da suíça Nestlé e da francesa Danone, cada uma com quase 10%, seguidas pelas americanas Coca-Cola e Pepsico, que se inseriram mais tarde no mercado. O resto – cerca de 75% – está distribuído entre inúmeras empresas regionais. "Mas os quatro primeiro colocados continuarão a dominar, no futuro, o mercado, uma vez que, em virtude da atomização do segmento, só é possível ganhar presença de mercado através da compra de um grande concorrente", analisa Hasenböhler.
Hoje, os países da Europa Ocidental são o maior mercado de água mineral do mundo. A Alemanha e a Áustria, entretanto, são casos especiais. Ao contrário dos demais vizinhos europeus, que preferem água sem gás, nesses dois países o consumo de água com gás representa 90% do mercado, embora ambas variantes registrem crescimento. Na França, essa porcentagem é de 40% e na Itália, de 15%.
Para o futuro, analistas apostam no mercado asiático como o mais promissor. A partir de 2008, a Ásia deve liderar a lista dos países consumidores de água mineral, especialmente em países populosos como a China e a Índia. A África será o menor consumidor, com apenas 2% do consumo.
Água desce mais redonda –
A sede de cerveja dos alemães, pelo contrário, diminui cada vez mais. Em 2003, as mais de 1200 cervejarias alemãs venderam no país 105,5 milhões de hectolitros – 2,1% a menos do que em 2002. Cada alemão bebeu, em média, 4,2 litros a menos do que um ano antes, fazendo baixar o consumo per capita para 117,5 litros.No Brasil não é diferente –
No Brasil, a água mineral também sobe na lista das bebidas prediletas. Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE, divulgada em maio deste ano, a água mineral foi o produto que mais cresceu em consumo entre as famílias brasileiras nos últimos 30 anos. O consumo passou de 0,320 litros per capita/ano em 74/75 para 18,541 litros em 2002/2003 – um crescimento de 5,794%, superando o pão francês e o arroz polido. Ela perde apenas para o leite.