Conflito divide opiniões
15 de janeiro de 2009Números divulgados no site do semanário alemão Stern mostram menos engajamento perante Israel entre os jovens alemães, dos quais 70% não sentem nenhuma responsabilidade especial em relação ao país. Entre os entrevistados pelo instituto Forsa, 35% disseram que este dever ainda existe, mesmo mais de 60 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial.
Desenvolvimento perigoso
O diretor executivo do Forsa, Manfred Güllner, considera um "desenvolvimento perigoso" o fato das gerações mais jovens sentirem que não há mais necessidade de lidar com os acontecimentos ocorridos durante o regime nazista.
Questionados a respeito do conflito na Faixa de Gaza, 30% atribuem ao Hamas a responsabilidade pela atual ofensiva militar. Aproximadamente 13% culparam Israel, enquanto 35% disseram que a responsabilidade é igualmente das duas partes.
Israel iniciou uma operação na Faixa de Gaza contra militantes palestinos guiados pelo Hamas em 27 de dezembro último, em consequência ao lançamento de mísseis contra a região sul de Israel.
Direitos humanos
Israel é considerado um país agressivo por 49% dos entrevistados. Cerca de 10% disseram que o governo israelense está agindo sem consideração por outros países. Apenas 30% dos entrevistados acreditam que Israel está respeitando os direitos humanos.
Um em cada oito entrevistados chegou inclusive a questionar o direito de existência do Estado judaico. Por outro lado, 45% afirmam simpatizar com Israel.
A pesquisa foi conduzida entre mil alemães no dia 8 de janeiro e possui uma margem de erro de 3%. Desde que os ataques contra o Hamas começaram, protestos irromperam na Alemanha e em outros países europeus, tanto a favor como contra a ofensiva israelense.
Bandeiras removidas
Na terça-feira (13/01), o chefe de polícia de Duisburg, Rolf Cebin, desculpou-se formalmente pela remoção de duas bandeiras israelenses por policiais alemães. O incidente ocorreu na cidade localizada no oeste da Alemanha no último sábado (10/01), durante um protesto contra os bombardeios israelenses em Gaza. "A remoção das bandeiras foi uma decisão errada", afirmou Cebin.
Os policiais entraram em dois apartamentos desocupados para remover as bandeiras depois que manifestantes começaram a atirar bolas de neve e pedras na fachada do prédio, segundo testemunhas. A polícia disse que agiu para neutralizar a situação que ameaçava tornar-se violenta, já que 10 mil pessoas participavam do protesto contra os bombardeios em Gaza.
A remoção das bandeiras provocou reações de grupos judeus. Um representante do Centro Simon Wiesenthal descreveu a ação como "covarde" e "incompreensível".
Nesta quinta-feira (15/01), o secretário do Interior da Renânia do Norte-Vestfália, Ingo Wolf, afirmou que a ação policial foi "mais que lamentável". De acordo com Wolf, medidas disciplinares serão averiguadas. O secretário exigiu que, em futuras manifestações, "o grande bem da liberdade de expressão seja protegido".