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Alemães no Amazonas: Pesquisadores ou Aventureiros?

Carlos Ladeira27 de abril de 2002

O Museu de Etnologia de Berlim está apresentando a mostra "Alemães no Amazonas: Pesquisadores ou Aventureiros?", com objetos e anotações científicas de expedições alemãs à região amazônica, entre os anos de 1800 e 1914.

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A exposição foi inaugurada dia 18 de abril pelos ministros alemão e brasileiro da Cultura, Julian Nida-Rümelin e Francisco Corrêa Weffort, e estará aberta ao público até o mês de novembro deste ano.

Grande parte dos 35.000 objetos sul-americanos do Museu de Etnologia de Berlim foi adquirida através de expedições científicas. A coletânea é uma das maiores do mundo no setor. Há 60 anos, ela está guardada nos depósitos do museu e não é exposta ao público por falta de espaço. A mostra especial oferece pela primeira vez uma ampla visão nos imensos inventários vindos do Brasil, que contêm peças raríssimas.

A coleção, mostrada numa área de 1500 m², é composta sobretudo de objetos e peças coletados no Brasil por três pesquisadores alemães: Karl von den Steinen (1855-1929), Theodor Koch-Grünberg (1872-1924) e Wilhelm Kissenberth (1878-1944). A mostra foi organizada pelo Instituto Cultural Brasileiro na Alemanha (ICBRA), em cooperação com o Museu de Etnologia de Berlim. Ela recebeu o apoio do Ministério da Cultura do Brasil.

Pesquisa etnológica

Até o começo do século XIX, as expedições ao Brasil estavam voltadas principalmente para as pesquisas da flora e da fauna. Só a partir 1870 é que cresceu também o interesse etnológico. Com isto, foi feita a documentação de comunidades indígenas da época, algumas delas já sob ameaça de extinção.

O acervo agora exposto inclui peças etnográficas de muitas tribos da região do Xingu, entre elas as tribos Mehinaku, Kobéua e Munduruku: máscaras, utensílios, armas, jóias, brinquedos, mobiliário típico, instrumentos e fantasias. Mas a exposição inclui também fotografias históricas, aquarelas, desenhos, cadernos de campo, mapas, objetos tridimensionais, filmes e gravações sonoras estereofônicas, constantes da documentação feita pelos pesquisadores.

Mas não apenas as populações da floresta e do sertão foram documentadas. A mostra inclui também 500 fotografias inéditas do Rio de Janeiro no início do século XX.

A exposição é acompanhada por eventos paralelos: uma mostra cinematográfica, composta de cem filmes documentários brasileiros referentes ao tema, bem como um ciclo de conferências e debates.