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Alemães são loucos por pão

Irène Bluche (mas)19 de março de 2005

A Alemanha tem mais tipos de pães do que qualquer outro país. E, todos os anos, novas variedades são criadas para atender o mercado.

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O que seria dos alemães sem o pão?Foto: AP

Em muitos países, a padaria local ou as prateleiras do supermercado têm alguns tipos diferentes de pão: o pãozinho branco, o integral, e, com sorte, acha-se uma baguete.

Mas se um estrangeiro entrar numa padaria alemã, encontrará uma oferta infinita do produto. Tem pão de centeio escuro e claro, pão branco, preto, com flocos de cereais, pão de legumes, de batata, etc. A variedade é imensa, do leve e macio pão branco, passando pelas nuanças das misturas de grãos, ao pesado pão preto com consistência de tijolo(pumpernickel).

"Para completar, ainda tem os pães da moda. Este ano, o de baixo carboidrato é a estrela da temporada", disse Bernhard Rott, presidente da Associação dos Panificadores de Bonn. "Na Alemanha, tudo vira pão, nós temos produtos como pão de cenoura e pão de ervas. Você encontra de tudo aqui."

Abundância de padarias
Obernkirchener Stiftsbrot
Padeiros alemães exibem seus produtosFoto: presse
Todos esses pães precisam ser assados e vendidos e na Alemanha não falta quem faça isso. Existem no país mais de 18 mil empresas no setor. Há ofertas do produto em cada esquina alemã.

As padarias alternativas têm se destacado neste segmento, pois a procura por produtos naturais e saudáveis cresceu nos últimos anos no país.

"Os alemães têm uma grande afinidade com os produtos naturais e padarias são tipicamente alemãs", disse Andrew Murphy, proprietário de um padaria alternativa. "Se existe um lugar bom no mundo para se abrir uma padaria alternativa, é na Alemanha."

Tradição medieval

Por que os alemães são loucos por pão? Existe até um programa infantil que tem como astro um pão falante chamado Bernd. Bernd é feio e irritante, mas faz sucesso até entre os adultos.

Especialistas dizem que o mistério não é fácil de solucionar, pois está escondido nas neblinas da Idade Média. No entanto, os historiadores acreditam que associações medievais de panificadores desempenharam um papel importante na fabricação do alimento tão cobiçado.

Grimme Preis Spezial 2004 für Bernd das Brot, Tommy Krappweis und Frank Beckmann
Bernd, o pão. Sucesso entre crianças e adultosFoto: AP

"As associações não somente controlavam o preço, mas também a qualidade dos pães", explica Andrea Fadani, diretora do Museu do Pão em Ulm – e talvez a associação alemã fosse mais exigentes que as demais. "Depois disso, o gosto pela coisa foi desenvolvido e o pão ganhou o mundo."

Centeio, o néctar dos deuses

Apesar de os alemães comerem quase todos os tipo de pão, as variedades do preto são as mais procuradas. Turistas podem torcer o nariz ao ver pães tão escuros lotando as prateleiras das padarias. Mas, para os alemães, quanto mais preto, melhor. Centeio é considerado o néctar dos deuses, e os padeiros alemães são virtuosos com os grãos.

"Nós temos uma relação especial com o pão preto," esclarece Fadani: "Centeio é fácil de cultivar e não precisa de solos de qualidade".

De acordo com Bernhard Rott, da Associação de Panificadores, não é fácil assar com centeio, mas por outro lado os padeiros da Alemanha são celebrados ao redor do mundo e seus talentos de fermentação são muito procurados.

"É interessante o que se pode realizar com apenas um pouco de trigo e centeio", conclui.