1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Alemão ganha Nobel de Física por estudos sobre a luz

(gh)4 de outubro de 2005

Pesquisador Theodor Hänsch, de Munique, divide o prêmio com os cientistas norte-americanos Roy Glauber e John Hall, por estudos no campo da ótica que podem revolucionar as tecnologias de comunicação.

https://p.dw.com/p/7G2Y
Agraciado: Theodor Hänsch, perito em espectroscopia laserFoto: AP

Qual é a cor da luz? Esta é, de forma bastante simplificada, uma das questões pesquisadas pelos vencedores do Prêmio Nobel de Física de 2005: o alemão Theodor Hänsch e os norte-americanos Roy Glauber e John Hall. Os três, que já tinham sido premiados pela Fundação Alexander von Humboldt, foram agraciados por seus trabalhos no campo da ótica, que permitem a realização de medições extremamente exatas de tempo e distância.

Os três físicos, cuja premiação foi anunciada nesta terça-feira (04/10) pela Fundação Nobel, fizeram descobertas que permitiram o desenvolvimento de um sistema baseado em laser para determinar freqüências com absoluta precisão, a chamada espectroscopia laser. Eles explicaram a diferença entre a luz de lâmpadas e a dos raios a laser num leitor de CDs e também por que a luz é capaz de medir o tempo de forma mais exata do que um relógio atômico.

Surpresa

Nordlichter in Bayern
Qual é a cor da luz?Foto: AP

Hänsch nasceu em 1941, concluiu doutorado na Universidade de Heildelberg em 1969 e pesquisou durante 16 anos na Universidade de Standford (EUA), antes de retornar à Alemanha. É professor de Física Experimental e Espectroscopia Laser na Universidade de Munique e diretor do Instituto Max Planck de Ótica Quântica em Garching, próximo à capital da Baviera.

Ele utilizou vibrações a laser eqüidistantes umas das outras, "como os dentes de uma escova ou as marcações de uma régua", para determinar freqüências. John Hall – com quem divide metade do prêmio equivalente a 1,1 milhão de euros – aperfeiçoou esse processo.

"Um dia ainda poderemos ver até mesmo filmes holográficos tridimensionais", profetiza Hänsch, que diz ter ficado surpreso com a premiação. Ele nem teve tempo para comemorar na Alemanha, pois estava embarcando para os Estados Unidos.

Um dos "pais" da pesquisa de freqüência ótica

Em seu campo, Hänsch é um dos físicos mais conhecidos mundialmente e parece ter encontrado o parceiro certo. O norte-americano John Hall, de 71 anos, é considerado um dos "pais" da pesquisa de freqüência ótica.

A Real Academia Sueca de Ciências justificou o prêmio com o argumento de que "o trabalho de ambos permitiu com que as freqüências fossem medidas com a exatidão de quinze dígitos". A descoberta teuto-norte-americana pode ser aplicada, por exemplo, na navegação via satélite (GPS), na comunicação de banda larga e no desenvolvimento de relógios de precisão.

Já Roy Glauber Glauber, de 80 anos, pesquisador da Universidade de Harvard, vencedor da outra metade do Prêmio Nobel de Física, estabeleceu a base da ótica quântica, em 1963. Segundo a academia sueca, ele "conseguiu explicar as diferenças fundamentais entre as fontes quentes de luz, como as lâmpadas de luz, com uma combinação de freqüências e fases, e lasers que dão uma freqüência e uma fase específica". Décadas depois disso, Hänsch e Hall e complementaram e avançaram as pesquisas.

Prêmio para "humboldtianos"

O trabalho dos três pesquisadores já havia sido reconhecido pela Fundação Alexander von Humboldt. Aos 35 anos de idade, Hänsch fora distinguido pela instituição por sua pesquisa para a aplicação do laser na espectroscopia. Glauber recebera um prêmio por estudos no campo da ótica quântica, e Hall fora premiado por seu trabalhos na área de padronização de freqüências óticas para a espectroscopia de alta resolução.

Anualmente, a Fundação Alexander von Humboldt financia a estadia de 1,8 mil pesquisadores de todo o mundo na Alemanha. A fundação mantém uma rede mundial de 20 mil cientistas - os chamados "humboldtianos" – em todos os campos científicos em 130 países.

Antes de Hänsch, Wolfgang Ketterle (2001) e Hebert Kroemer (2000) tinham os últimos a conquistar um Prêmio Nobel de Física para a Alemanha desde 1995.