Anistia Internacional quer investigação de torturas a López
25 de junho de 2017A Anistia Internacional pediu neste sábado (24/06) às autoridades venezuelanas que investiguem "de forma imediata" as denúncias de maus-tratos contra o preso político Leopoldo López. Em vídeo divulgado na véspera por sua esposa, Lilian Tintori, nas redes sociais, ele grita que está sendo torturado.
No comunicado apresentado na capital Caracas, a ONG de direitos humanos apela às autoridades do cárcere militar de Ramo Verde para que cessem "qualquer ato que ponha em risco a integridade física, psicológica" de López e sua vida, além de permitir "imediatamente a constatação de sua situação" por parte da Procuradoria Geral, seus familiares e advogados.
A organização destaca que a denúncia feita pelo oposicionista é "de especial gravidade" por fazer aproximadamente 20 dias que ele "voltou a ser isolado, sendo negado à família o acesso a ele". Além disso, desde 7 de abril López está incomunicável com seus advogados.
"Lilian, denuncia!"
Lilian Tintori confirma essas informações. A partir de Ramo Verde, escreveu neste sábado no Twitter que "não deixam passar nem os fiscais, nem os médicos, nem o advogado, nem a mim. Exijo ver Leopoldo". A mensagem é acompanhada de uma foto em que militares bloqueiam o acesso ao presídio.
A esposa do fundador do partido Vontade Popular (VP) culpa "a ditadura assassina de Nicolás Maduro" pelos alegados maus-tratos a seu esposo. No vídeo de 26 segundos divulgado por ela, ouve-se López gritar: "Lilian, estão me torturando. Denunciem, denunciem! Lilian, denuncia!"
Pouco após a postagem do vídeo, o jornal venezuelano Últimas Noticias, próximo ao governo, colocou em seu website fotografias e uma sequência filmada, sob o título "Leopoldo López se encontra bem". Nelas se vê o oposicionista encarcerado recebendo cuidados médicos e alimentos. Embora se escute alguém confirmar a data, 23 de junho, não há detalhes sobre como foi realizada a filmagem.
Leopoldo López, de 46 anos, está preso desde 2014 no cárcere Ramo Verde, na cidade de Los Teques, próximo à capital. Em setembro de 2015 ele foi condenado a quase 14 anos de prisão, como responsável pelos distúrbios ocorridos ao fim de uma marcha antigovernamental no ano anterior, que resultaram na morte de três pessoas.
AV/efe,kna,ots