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Antártida Ocidental pode desaparecer

Gero Rueter (cn)3 de novembro de 2015

Estudo afirma que derretimento da região causaria aumento de, no mínimo, três metros no nível do mar. Processo irreparável pode ter início em 60 anos, caso degelo continue em padrões atuais.

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Foto: picture-alliance/AP Photo/NASA

O derretimento das camadas de gelo na Antártida Ocidental poder ser irreparável, afirmaram pesquisadores do Instituto de Pesquisas de Impactos Climáticos de Potsdam, na Alemanha, em um estudo publicado nesta segunda-feira (02/11) na revista Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America.

"Em nossa simulação, 60 anos de derretimento nos padrões observados atualmente são suficientes para iniciar um processo irreparável de perda de gelo, que resistiram milhares de anos", afirmou o principal autor da pesquisa Johannes Feldmann.

De acordo com o estudo, esse degelo causaria o aumento de, no mínimo, três metros no nível do mar em cerca de 10 mil anos. "Naturalmente, isso leva um longo período de tempo. Mas o processo é irreversível", disse Feldmann.

Grande parte do gelo da Antártida Ocidental está localizada em uma rocha que fica abaixo do nível do mar. Essa massa quase não tem contato direto com a água. No entanto, com o aquecimento do oceano e perda de gelo nas bordas do continente, a situação muda.

Cada vez mais, o gelo terrestre é banhado com a água do mar mais quente. Dessa maneira, o derretimento da região é acelerado.

O estudo não determina as causas da perda de estabilidade na região, que levou ao aumento do derretimento das camadas de gelo. Faltam comprovantes de que esse processo foi desencadeado pelas emissões de gases do efeito estufa, que causam o aquecimento global.

Mas, segundo o co-autor do estudo Anders Levermann, é evidente que as emissões de gases do efeito estufa reforçam o risco de um colapso na Antártida Ocidental e, portanto, o aumento irreversível do nível do mar.

"O nível do mar sobe lentamente e destrói parte do nosso patrimônio cultural, metrópoles costeiras, como Nova York e Hamburgo", ressaltou Levermann, acrescentando que é preciso reduzir a concentração de dióxido de carbono na atmosfera.