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150 anos em Berlim

26 de março de 2011

Com uma exposição de grandes obras do Romantismo, a Antiga Galeria Nacional em Berlim celebra seu aniversário de 150 anos. Entre os destaques da mostra estão telas de Caspar David Friedrich e Karl Friedrich Schinkel.

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Antiga Galeria Nacional na Ilha de Museus em Berlim

O Romantismo marca a história da Alemanha até hoje. Para comemorar seu 150º aniversário, a Antiga Galeria Nacional (Alte Nationalgalerie) em Berlim mostra pela primeira vez as obras que deram origem ao acervo.

A partir desta semana, estão sendo mostradas 140 de um total de 262 obras de arte que pertenciam ao banqueiro Joachim Heinrich Wagener. Ele as presenteou ao rei da Prússia com o pedido de que fosse criada uma Galeria Nacional, o que se tornou realidade pouco depois do falecimento do banqueiro em 1861.

"Em nenhum outro lugar se pode ver a arte contemporânea da época em uma dimensão tão ampla", disse o diretor do museu, Udo Kittelmann, pouco antes da abertura da exposição. "Assim podemos escrutinar mais uma vez aquele tempo com os nossos olhos."

Espírito liberal

Wilhelm Ahlborn in der Nationalgalerie Berlin
Obra de Schinkel é destaque da exposiçãoFoto: picture-alliance/akg-images

Desde o início do século 19, discutia-se a criação de uma Galeria Nacional. Em 1815, o apaixonado colecionador Wagener começou a comprar obras de arte, concentrando-se em pintores ainda vivos, com o objetivo de formar um acervo para esse fim.

Ele matinha contato com os artistas e os encorajava em relação à pintura e aos temas. Sua primeira aquisição foi o quadro Igreja gótica sobre rochedo à beira do mar (1815), que ele comprou pessoalmente de Karl Friedrich Schinkel, um dos destaques da exposição.

As obras do acervo de Wagener são ricas em cores, narrativas e temas. Paisagens românticas, pinturas de gênero e retratos burgueses fazem parte da coleção. Faltam obras de arte acadêmicas e pinturas do grupo Nazareno. Isso mostra que o interesse de Wagener era aparentemente liberal. Cenas em tavernas, sobre ladrões, caçadores e prisioneiros estavam entre as predileções pessoais do colecionador.

Pedido especial ao rei

Quando Wagener morreu em 18 de janeiro de 1861, ele deixou seu acervo e um desejo cortês, mas bastante assertivo ao rei: "Em especial, deixo à mais alta ponderação se não seria o caso de que o acervo seja ampliado, a fim de transformar-se em uma Galeria Nacional".

Pouco tempo depois, no dia 22 de março do mesmo ano, foi aberta a primeira exposição no antigo prédio da Academia Unten den Linden. Com a ampliação do acervo, 15 anos mais tarde, a Galeria Nacional ganhou um prédio próprio na Ilha dos Museus em Berlim. O arquiteto foi Friedrich August Stüler, um aluno de Schinkel.

Com a divisão da Alemanha, após a Segunda Guerra Mundial, uma Nova Galeria Nacional foi erguida em 1968 na parte ocidental de Berlim, projetada pelo arquiteto alemão Ludwig Mies van der Rohe.

Origem burguesa

China Deutschland Ausstellung Die Kunst der Aufklärung in Peking
Caspar David Friedrich são marca Romantismo alemãoFoto: Staatliche Kunstsammlungen Dresden, Foto: Jürgen Karpinski

Das 262 obras originais, cerca de 140 estão em exposição, muitas das quais permaneceram adormecidas no depósito durante o último século. Apenas 25 obras fazem parte da mostra permanente da Galeria. E muitas delas voltarão para o depósito.

"Nós apreciamos o fato de essa coleção ser originária de um espírito burguês liberal, e isso se pode perceber", diz a curadora Angelika Wesenberg. Sua colega Birgit Verwiebe completa, em alusão a Wagener: "Uma vida completa – com uma finalidade maravilhosa para nós todos".

A exposição A coleção do banqueiro Wagener. A fundação da Galeria Nacional vai até 8 de janeiro de 2012 na Antiga Galeria Nacional, na Ilha dos Museus, em Berlim.

FF/dpa/epd
Revisão: Carlos Albuquerque