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Otan

31 de julho de 2009

Afeganistão, relação com a União Europeia e ampliação da Otan são os principais desafios do seu novo secretário-geral, Anders Fogh Rasmussen, ex-premiê dinamarquês que ficou conhecido durante polêmica das caricaturas.

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Turcos se opuseram durante muito tempo a RasmussenFoto: AP

Neste sábado (01/08), Anders Fogh Rasmussen torna-se o sucessor de Jaap de Hoop Scheffer no cargo de secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). O antigo primeiro-ministro da Dinamarca tornou-se conhecido internacionalmente devido ao caso das "caricaturas de Maomé".

As caricaturas impressas em jornal dinamarquês, em 2006, provocaram uma onda de protestos no mundo islâmico, que as considerava difamatórias. Na ocasião, no entanto, Rasmussen não considerou necessário o pedido de desculpas – uma atitude que lhe dificultou a candidatura como secretário-geral da Otan.

Rasmussen, no entanto, tem outras facetas. Alguns o chamam de "Tony Blair dinamarquês". Durante oito anos, o político liberal exerceu o cargo de primeiro-ministro de seu país. Como premiê, ele foi alguém que deixou o liberalismo de lado, quando era preciso usar o pragmatismo. Em abril último, Rasmussen deixou os cargos de chefe de governo em Copenhague e presidente do partido Venstre, cuja liderança assumira em 1998.

Assumindo posições

Para Rasmussen, não foi fácil o caminho até tornar-se secretário-geral da Otan. O posto só pode ser preenchido após a anuência dos 28 países-membros da organização. Devido à polêmica das caricaturas, em 2006, a Turquia fez durante muito tempo oposição à candidatura de Rasmussen.

Na época, o jornal dinamarquês Jyllandsposten retratou o profeta Maomé, entre outros, com uma bomba no turbante. Rasmussen rejeitou se desculpar pela publicação – fazendo alusão à liberdade de imprensa e expressão.

"Não se trata de um luta de valores entre culturas e religiões, mas entre esclarecimento e fundamentalismo, entre democracia e ditadura, entre liberdade e tirania. Nesta luta, não se pode assumir uma posição neutra", afirmou Rasmussen.

Pouco tempo para família

Anne Mette Rasmussen
Anne Mette Rasmussen gosta de fazer TVFoto: dpa

O fato de o político de 56 anos ser agora secretário-geral da Otan e assim sucessor de Jaap de Hoop Scheffer se deve, principalmente, aos Estados Unidos. A mudança de posição da Turquia é atribuída ao presidente Barack Obama.

Nos EUA, Rasmussem goza de reconhecimento por ter enviado tropas ao Iraque em 2003 – e também soldados ao Afeganistão. "Acredito que o secretário-geral da Otan deve representar o bloco de forma enérgica", resumiu o antigo premiê dinamarquês sua nova tarefa à frente da Otan.

Rasmussen irá se ocupar principalmente de três temas. A missão no Afeganistão, o novo direcionamento estratégico e a ampliação do pacto do Atlântico Norte, como também a relação entre a União Europeia (UE) e a Otan.

Muito tempo para sua esposa e três filhos não deverá sobrar. De qualquer forma, sua mulher, Anne-Mette Rasmussen, segue seu próprio caminho. No outono europeu de 2008, ela dançou no programa de TV Vild med dans (com vontade de dançar, em dinamarquês).

Com vontade de dançar

Com vontade de dançar é coisa do passado. No momento, Anne-Mette optou por outro programa de TV, um reality show onde fica presa num porão juntamente com a filha. Para poder sair, a equipe Rasmussen tem que disputar contra celebridades de segundo escalão na Dinamarca e passar por provas difíceis e, algumas vezes, asquerosas.

"Você é uma pessoa independente. Você segue o seu caminho. Você é otimista e procura sempre novos desafios", disse Rasmussen à sua esposa.

A senhora Rasmussen vai para a TV – e seu esposo apoia. Afinal de contas, afirmou o novo secretário-geral da Otan, sua mulher nunca colocou nenhum empecilho à sua carreira política.

Autora: Anja Günther

Revisão: Simone Lopes