Antigo teatro de Goethe luta por sua independência
21 de fevereiro de 2002As discussões a respeito da união entre o Teatro Nacional Alemão de Weimar e o Teatro de Erfurt chegaram a uma fase decisiva. Na véspera da resolução do Estado de Weimar quanto à medida, o diretor do Teatro Nacional, Stephan Märki, apresentou uma proposta ambiciosa para impedir a fusão. Na noite de terça-feira (19), ele propôs um modelo de privatização da casa de espetáculos.
A proposta do diretor é uma tentativa de impedir a fusão dos teatros, que segundo ele "representa uma total perda de qualidade". Os adversários da união alegam que a medida representaria o fim da autenticidade do tradicional Teatro Nacional, que durante 25 anos foi dirigido por Goethe.
A fusão sugerida pelo governo deveria solucionar os problemas financeiros do Teatro Nacional, endividado com o pagamento de altos salários para seus funcionários. O Conselho Estadual de Weimar irá anunciar amanhã se aceita ou não a fusão das casas de espetáculos. Erfurt deverá se manifestar na semana seguinte.
Repercussão –
A Associação dos Teatros Alemães considerou a proposta do diretor do Teatro de Weimar como "pouco séria e sem base nos fatos". Segundo o gerente da instituição, Rolf Bolwin, a única maneira de se economizar para saldar dívidas milionárias é reduzir os salários drasticamente e a longo prazo. Porém, esta opção foi descartada pelo sindicato.O próprio exemplo mencionado por Stephan Märki, para embasar a sua proposta de privatização, foi contestado. Ele citou o teatro Berliner Esemble, que em 1992 deixou de ser estatal e passou a ser uma instituição privada, subsidiada pelo governo. Porém "esqueceu-se" de citar que a medida não reduziu os subsídios para a casa de espetáculos, pelo contrário, só aumentou.