Após conversações, Alemanha defende rigor contra Rússia
14 de janeiro de 2022Após dias de conversas voltadas para o alívio das tensões entre a Rússia e a Ucrânia, o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, avaliou nesta quinta-feira (13/01) que a situação continua "muito grave" e ainda perigosa.
Representantes do governo russo mantiveram nesta semana conversas bilaterais com os Estados Unidos, além de reuniões com a Otan e a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). Todos esses encontros tiveram como objetivo o alívio das tensões entre Moscou e Kiev.
A Rússia mantém nas proximidades de sua fronteira com a Ucrânia mais de 100 mil soldados e um grande número de veículos militares, apesar de assegurar que não tem a intenção de invadir o país vizinho.
Após se reunir com o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, em Berlim, Scholz sinalizou que poderá haver em breve um encontro de negociadores no formato Normandia, que traz Ucrânia e Rússia à mesa de negociações, com a mediação da Alemanha e da França.
Scholz e o presidente francês, Emmanuel Macron, vêm tentando reavivar esse formato.
"Estamos satisfeitos que em breve os negociadores das quatro partes se reunirão novamente para dar início às conversas preparatórias", disse o chefe de governo da Alemanha. A última rodada de negociações nesse formato ocorreu em 2019, em Paris.
Baerbock prega "rigor e diálogo"
A ministra alemã do Exterior, Annalena Baerbock, disse que o Ocidente deve manter uma posição unida e rigorosa contra as agressões russas à Ucrânia, e em outras partes do leste da Europa.
"Se nós, europeus, estivermos unidos e íntegros, poderemos exercer nosso papel em formatos diferentes de maneira muito, muito forte; um papel que se baseia no rigor, mas também no diálogo", disse Baerbock durante um encontro dos ministros europeus do Exterior em Brest, na França.
Ela se reunirá na semana que vem em Moscou com o ministro russo do Exterior, Serguei Lavrov, em sua primeira visita oficial ao país após assumir o cargo no novo governo alemão.
Esta poderá ser uma oportunidade para testar a eficácia de uma provável linha dura europeia, da forma como é defendida pelos líderes do continente.
A porta-voz do Kremlin Maria Zakharova disse que o foco das conversas estará nas relações bilaterais, mas deve também incluir algumas das preocupações de Moscou, como a possível expansão da Otan para o Leste Europeu.
A Rússia exige ainda garantias de que a Ucrânia não vá se tornar membro da aliança militar do Atlântico Norte.
rc (AFP, dpa, Reuters)