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Ex-prefeito de Caracas se reúne com premiê espanhol

18 de novembro de 2017

Antonio Ledezma chegou a Madri neste sábado, após escapar da prisão domiciliar. Segundo opositor do regime chavista, "Venezuela já está no abismo".

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Spanien ehemaliger Bürgermeister von Caracas Antonio Ledezma bei Premier Rajoy
Ledezma e o chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy, em MadriFoto: picture alliance/AP/dpa/P. White

O ex-prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, um dos principais opositores de Nicolás Maduro, chegou à Espanha neste sábado (18/11) após fugir da prisão domiciliar. Em Madri, ele se reuniu com o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy.

Ledezma havia fugido da Venezuela na sexta-feira. Ele inicialmente seguiu para a Colômbia após deixar sua casa. Ao desembarcar no país europeu, o ex-prefeito disse que "se sentia livre na Espanha". Ele foi recebido no Aeroporto de Barajas pela esposa e duas filhas e um grupo formado por dezenas de simpatizantes.

"Vou me dedicar a viajar pelo mundo, contribuir durante o exílio para prolongar a esperança dos venezuelanos de sair deste regime", disse Ledezma. "Os presos políticos não fogem, eles libertam a si mesmos.”

Ele também disse que transmitiu a Rajoy seu compromisso de trabalhar para uma solução democrática para a Venezuela que deve passar pela libertação de presos políticos e a convocação de novas eleições. "A Venezuela não está à beira do abismo, ela já está no abismo", disse Ledezma.

Já o governo espanhol informou que a Espanha vai continuar a trabalhar em colaboração com parceiros latino-americanos e europeus para encontrar uma saída para a crise venezuelana. Rajoy destacou que Ledezma é "uma das principais referências da luta do povo irmão da Venezuela para recuperar sua liberdade e sua normalidade democrática".

A fuga

De acordo com autoridades colombianas, Ledezma entrou no país na manhã de sexta-feira por via terrestre pela Ponte Internacional Simón Bolívar, na cidade de Villa del Rosario, e fez o trâmite migratório conforme a legislação.

À imprensa colombiana, Ledezma disse que tomou a decisão da fuga sozinho, sem consultar a família. "Pedi compreensão à minha esposa e às minhas filhas. Elas sofreram longas horas de angústia sem saber onde eu estava", acrescentou.

Segundo o político, durante a viagem clandestina para a Colômbia, ele passou por 29 postos de controle das forças de segurança venezuelana. "Foi uma travessia de filme passar por mais de 29 postos entre a Guarda Nacional e a Polícia do governo", contou à imprensa colombiana, na cidade fronteiriça de Cúcuta.

Antes de Ledezma, outras pessoas perseguidas pelo regime chavista já haviam fugido para a Colômbia. Entre elas estão juízes destituídos e a ex-procuradora-geral Luisa Ortega, que chegou a Bogotá em agosto.

Detido no início de 2015, enquanto ainda cumpria o mandato de prefeito, Ledezma passou meses preso numa penitenciária militar e, por motivos de saúde, obteve a permissão de passar para a prisão domiciliar em fevereiro de 2016.

Ledezma, que está entre os políticos de oposição mais conhecidos da Venezuela, foi acusado dos crimes de conspiração contra o governo de Maduro e formação de quadrilha pelo Ministério Público. Apesar da prisão, ele ainda não foi julgado.

A fuga do opositor foi comemorada pelo secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro. "Minha saudação a Antonio Ledezma, referência moral da Venezuela, agora livre para liderar a luta no exílio para a instauração do sistema democrático no seu país", escreveu no Twitter.

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JPS/rt/efe