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Argentina autoriza uso da Sputnik V e da vacina da Pfizer

23 de dezembro de 2020

Primeiro lote de doses do imunizante russo deve chegar ao país na véspera de Natal, para dar início à vacinação. Argentina ainda negocia compra da vacina da Pfizer-Biontech, também aprovada por agência reguladora.

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Frasco da vacina russ
Vacina russa só havia recebido aprovação no país de origem e em BelarusFoto: Vitaly Nevar/TASS/dpa/picture alliance

A Argentina anunciou nesta quarta-feira (23/12) que autorizou, em caráter emergencial, o uso da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Pfizer em parceria com a Biontech, bem como do imunizante Sputnik V, criado pelo instituto russo Gamaleya.

A vacina da Pfizer-Biontech já recebeu autorização de uso nos Estados Unidos, Canadá, Chile, entre outros países. Já a Sputnik V, fora do seu país de origem, só havia sido aprovada em Belarus. Com isso, a Argentina se tornou o primeiro país fora do Leste Europeu a aprovar o uso emergencial da vacina russa.

A Argentina já possui um acordo com a Rússia para o fornecimento da Sputnik V. Já o fornecimento do imunizante da Pfizer-Biontech ainda está em negociação.

Pfizer-Biontech

No caso da vacina da Pfizer em parceria com a empresa alemã Biontech, a Administração Nacional de Medicamentos e Alimentos (ANMAT) constatou que o imunizante "apresenta uma relação risco-benefício aceitável" que permite sua autorização, concedida pelo prazo de um ano sob a condição de venda sob prescrição.

A Argentina chegou a participar com voluntários da fase 3 do estudo da vacina da Pfizer, mas, nas últimas semanas, as negociações para o fornecimento de doses foram interrompidas, informou o governo.

"Temos conversas com muitos laboratórios. A primeira com que falamos foi a Pfizer, então temos certa frustração de que isso não saia", lamentou nesta quarta-feira o ministro da Saúde, Ginés González García, acrescentando que o laboratório estabeleceu novas condições "inaceitáveis" para o fornecimento de vacinas.

"O compromisso que existia era que, se a Argentina colocasse voluntários, teria prioridade para negociar, mas a negociação não é fácil, ainda é um produto comercial", afirmou o diretor do estudo de vacinas da Pfizer na Argentina, Gonzalo Pérez Marc.

Sputnik V

A ANMAT também avaliou que a Sputnik V "apresenta uma relação risco-benefício aceitável". A vacina russa deve ser a primeira a ser aplicada na população argentina.

Na terça-feira, um voo da Aerolíneas Argentinas partiu para Moscou em busca de 300.000 doses da Sputnik V que vão permitir o início da campanha de vacinação no país sul-americano. O acordo com os russos prevê o fornecimento de 25 milhões de doses.

"Decolagem histórica rumo à Rússia", informou a companhia área estatal nas redes sociais. O retorno está previsto "para 24 de dezembro", disse o presidente da companhia, Pablo Ceriani, durante coletiva de imprensa no aeroporto internacional de Ezeiza. A missão coube a "um Airbus 330, com uma tripulação de 20 pessoas, entre elas dez pilotos" que se revezarão a bordo, disse Ceriani.

A logística prevê a embalagem das vacinas em caixas térmicas, que mantêm a temperatura a 18 graus Celsius negativos, disse a secretária de Acesso à Saúde, Carla Vizzotti.

A Argentina também assinou convênios de fornecimento de vacinas com a Universidade de Oxford associada à farmacêutica AstraZeneca e faz parte do mecanismo Covax da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Com 44 milhões de habitantes, a Argentina registra 42.254 mortes e 1.555.279 de casos de covid-19 até o momento.

JPS/rtr/afp