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EconomiaArgentina

Argentina inaugura 1º trecho do Gasoduto Néstor Kirchner

10 de julho de 2023

Considerada vital para reverter o significativo déficit energético do país, obra ainda prevê um segundo trecho de mais 467 km. Governo argentino mira financiamento do BNDES para completar a obra.

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Trabalhador da Pampa Energia observa uma plataforma de perfuração no campo de petróleo e gás não convencional de de Vaca Muerta, na província patagônica de Neuquén, Argentina, em 3 de novembro de 2022.
Construção teve um custo de US$ 2,5 bilhõesFoto: Tomas Cuesta/REUTERS

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, inaugurou neste domingo (09/07) o primeiro trecho do Gasoduto Presidente Néstor Kirchner (GPNK), destinado a transportar gás natural da formação Vaca Muerta, no oeste do país, até a província de Santa Fé. Com 573 quilômetros de extensão e classificada como a mais importante das últimas décadas, a obra é considerada vital para reverter o significativo déficit energético do país.

A cerimônia de inauguração, marcada para o mesmo dia em que a Argentina celebra sua independência, se deu na usina de gás Saturno, na cidade de Salliqueló, 520 km a sudoeste de Buenos Aires. Segundo o governo argentino, a construção teve um custo de US$ 2,5 bilhões e foi feita exclusivamente com recursos próprios do país.

"Este ano vamos economizar US$ 2 bilhões em importações, que chegarão a US$ 4,2 bilhões em 2024", garantiu a secretária de Energia, Flavia Royón, no site do governo. Em 2022, a balança comercial energética da Argentina apresentou um saldo negativo de US$ 6,6 milhões para as importações de gasóleo e Gás Natural Liquefeito (GNL).

"Quando tudo estiver pronto, teremos autoabastecimento de gás e poderemos exportar um volume considerável para Chile, Brasil e Uruguai", disse Royón.

Segundo trecho com financiamento do BNDES

Já para a segunda etapa da construção — que seguirá por mais 467 km até a cidade de San Jerônimo, na província de Santa Fé, próximo à fronteira com o Brasil —, será necessário financiamento externo. Para este próximo trecho, cuja licitação está prevista para setembro, fala-se em um possível financiamento do BNDES, embora a China também tenha interesse no empreendimento.

Em janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu críticas de economistas e ambientalistas ao anunciar a intenção de que o BNDES financiasse parte do gasoduto estatal argentino. Antes disso, a própria secretária de Energia Flavia Royón já havia anunciado, em 12 de dezembro de 2022 que seu país já contava com US$ 689 milhões de financiamento do BNDES para concluir a construção do 2º trecho da obra.

No final de junho, durante a quarta visita o presidente argentino ao Brasil neste ano, Lula voltou a defender a construção do gasoduto de Vaca Muerta com financiamento do BNDES.

ip (AFP, Reuters, ots)