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AstraZeneca atualiza dados e reitera eficácia de vacina

25 de março de 2021

Após questionamentos, nova análise aponta que vacina de Oxford tem eficácia de 76% contra casos sintomáticos de covid-19, em vez dos 79% antes divulgados, e mantém eficácia de 100% contra casos graves ou hospitalizações.

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Mão segura frasco de vacina da AstraZeneca
Vacina da AstraZeneca pode ser armazenada, transportada e manuseada em condições normais de refrigeração Foto: Yves Herman/REUTERS

A farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca atualizou nesta quarta-feira (25/03) a eficácia da sua vacina contra a covid-19, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, na prevenção de casos sintomáticos, que passou de 79% para 76%. A atualização ocorreu depois de uma nova análise dos dados coletados num estudo realizado nos Estados Unidos, Chile e Peru.

Os novos dados, muito semelhantes aos resultados divulgados na segunda-feira, indicaram também 85% de eficácia contra casos sintomáticos de covid-19 entre pessoas com mais de 65 anos, uma taxa maior do que os 80% divulgados anteriormente. A farmacêutica reiterou ainda a eficácia 100% contra casos graves da doença ou hospitalizações.

O estudo contou com a participação de 32.449 voluntários nos Estados Unidos, no Chile e no Peru que receberam duas doses do imunizante ou um placebo.

"A análise principal é consistente com a análise interina publicada anteriormente e confirma que a vacina contra a covid-19 é altamente eficaz em adultos, incluindo aqueles com 65 anos de idade ou mais", declarou o vice-presidente executivo da AstraZeneca, Mene Pangalos.

No mesmo comunicado, o responsável reiterou também que a empresa vai pedir às autoridades americanas autorização de emergência para distribuir a vacina nos Estados Unidos. A farmacêutica afirmou ainda que submeterá o estudo para uma análise de especialistas independentes nas próximas semanas.

Dados contestados

Na segunda-feira, a AstraZeneca havia divulgado dados sobre a eficácia da vacina, que foram contestados por especialistas americanos, que afirmaram que as informações estavam desatualizadas. Os números divulgados eram anteriores a 17 de fevereiro.

A Casa Branca considerou o resultado encorajador. No entanto, um painel de especialistas independentes que assessora o governo americano, o Conselho de Monitoramento de Dados e Segurança dos Estados Unidos (DSMB), expressou preocupação com as informações publicadas pela AstraZeneca, alertando para a falta de atualidade dos dados, os quais poderia ter fornecido "uma visão incompleta" sobre a eficácia da vacina.

Os Estados Unidos compraram 300 milhões de doses da vacina da AstraZeneca, embora o imunizantes ainda não tenha tido seu uso autorizado no país. O governo americano já recebeu e armazenou dezenas de milhões de doses e, na semana passada, aprovou o envio de 2,5 milhões de doses destas para o México e de 1,5 milhão para o Canadá.

Sem evidência de risco de coágulos

Os novos dados foram divulgados após vários países europeus retomarem o uso do imunizante depois de a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmarem, com base em investigações sobre relatos de coágulos sanguíneos, que os benefícios da vacina superam os riscos.

A AstraZeneca afirmou que um comitê independente de segurança conduziu uma revisão específica sobre os coágulos e também sobre trombose venosa cerebral, extremamente rara, com a ajuda de um neurologista independente.

Segundo a empresa, o painel não identificou nenhum risco maior de trombose entre os 21.583 pacientes que receberam ao menos uma dose da vacina. Nenhum caso do tipo ocorreu durante os testes.

Embora o uso da vacina da AstraZeneca já tenha sido autorizado em mais de 50 países, inclusive no Brasil, cientistas aguardavam os resultados do estudo nos EUA na esperança de esclarecer dúvidas sobre a eficácia e os riscos do imunizante.

A vacina pode ser armazenada, transportada e manuseada em condições normais de refrigeração (de 2 a 8 graus Celsius) por pelo menos seis meses, o que facilita a logística de sua distribuição.

cn/lf (Reuters, Lusa, AP)