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EsporteAlemanha

Atacante Anthony Modeste faz o Colônia sonhar

Gerd Wenzel
Gerd Wenzel
11 de janeiro de 2022

Clube da metrópole às margens do Reno está acostumado a altos e baixos na Bundesliga, mas nesta temporada sonha alto graças ao artilheiro francês. Com 56 gols marcados pelo time, ele ultrapassou a lenda Lukas Podolski.

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Anthony Modeste marca de cabeça em partida do Colônia contra o Stuttgart
Modeste marca de cabeça em partida do Colônia contra o StuttgartFoto: Mika Volkmann/Imago Images

Clube fundador da Bundesliga em 1963, o FC Colônia (1. FC Köln) não deixou por menos. Logo na primeira temporada da nova liga do futebol alemão, o clube da metrópole às margens do rio Reno conquistava a cobiçada salva de prata. O capitão daquele time foi o atacante Hans Schäfer (campeão mundial com a Alemanha em 1954) e ao seu lado já se destacava um jovem meia-armador chamado Wolfgang Overath, de apenas 20 anos, que dez anos mais tarde, a exemplo de Schäfer, também levantaria a Copa do Mundo.

O Colônia venceu a Bundesliga apenas mais uma vez, em 1978, ano em que obteve também o título da Copa da Alemanha (DFB Pokal), conquistado novamente cinco anos depois em 1983. Foi o seu último grande triunfo.

Desde então, a história do Colônia se assemelha aos altos e baixos de uma montanha-russa. A partir dos anos 1990, o clube amargou um rebaixamento para a segunda divisão em seis oportunidades e passou ao todo nove temporadas na "Segundona", a última vez em 2018/2019.

Escapou por muito pouco de nova degola na temporada passada, mas conseguiu se safar na repescagem contra o Holstein Kiel.

Clube surfa na onda do sucesso

Depois de tantas agruras pelas quais o clube passou nas últimas décadas, há fortes indícios de que na atual campanha o fantasma de um novo rebaixamento já esteja afastado. O time surfa numa retumbante onda do sucesso. Acumula três vitórias consecutivas e, dos últimos dez confrontos, venceu quatro, empatou mais um tanto e perdeu apenas dois.

Resultado: ocupa o sexto lugar na tabela de classificação, a apenas dois pontos de uma vaga para a cobiçada Champions League. Nada mau para um clube cuja maior aspiração antes do atual campeonato começar era se manter na divisão de elite, e isto preferencialmente sem os aterrorizantes sustos do ano passado.

Steffen Baumgart
Baumgart, técnico do ColôniaFoto: Thilo Schmuelgen/REUTERS

O técnico Steffen Baumgart está há apenas meio ano no comando do time e acredita que, caso o rendimento do elenco se mantiver no nível alcançado até agora, dê até para sonhar com voos mais altos. Ao mesmo tempo, mantém os pés no chão: "No fim, o que conta são os resultados, são os três pontos."

Baumgart conseguiu em pouco tempo montar um conjunto que funciona até melhor do que aquele time de 2017, quando chegou em 5º lugar ao final da temporada e podia contar com a eficiência do seu artilheiro Anthony Modeste. O atacante francês, com 25 gols marcados, ficou em terceiro no ranking de goleadores, atrás apenas de Lewandowski e Aubameyang.

E agora, cinco anos depois, a história de Modeste no Colônia se repete. Na partida domingo último (09/01) contra o Hertha, no Estádio Olímpico de Berlim, marcou o seu 56º gol pelo time do mascote Hennes 9º e ultrapassou a  lenda do clube Lukas Podolski (55 gols em 139 jogos). O atacante francês precisou de 121 partidas para ultrapassar a marca de "Poldi" e, diga-se de passagem, é agora o maior artilheiro do clube no século 21.

Modeste, de cabeça

Desde 1992, quando começaram a ser compilados os dados dos jogadores numa partida, nenhum jogador assinalou tantos gols de cabeça no primeiro turno como Tony. Seu gol em Berlim foi o 9º tento de cabeça da atual campanha. Seu colega de trabalho, o meia atacante Ondrej Duda, decreta: "Quando ele cabeceia cinco metros à frente da meta, pode saber, é gol na certa. Tony é o rei do espaço aéreo."

Modeste não é apenas o líder inconteste no quesito gols de cabeça, mas persegue agora o recorde de gols de cabeça numa só temporada, estabelecido respectivamente por Sergej Barbarez em 2001 (Hamburgo) e Jan Koller em 2005 (Borussia Dortmund), ambos com 11 gols.

Jonas Hector, capitão do Colônia, não duvida: "Tenho certeza que nestas 16 partidas que faltam Tony ainda vai fazer muitos gols. E claro, a maioria de cabeça."

E Modeste, o que acha disso? "Quando recebo um voto de confiança do técnico e percebo que ele valoriza o meu trabalho, se for preciso, entro até em guerra por ele. É muito fácil para mim. Se alguém me dá sua mão, eu sempre retribuo. Preciso ter a convicção de que estamos no mesmo caminho."

Pelo que se viu até agora no FC Köln, estão todos trilhando o mesmo caminho. A próxima parada é o Bayern de Munique. O jogo será na milenar cidade de Colônia. Depois do apito final dessa partida, saberemos se os comandados de Stefan Baumgart têm condições de alçar voos mais altos.

No que depender de Anthony Modeste, o rei do espaço aéreo, tenho a impressão de que o time vai poder contar com ele. 

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Gerd Wenzel começou no jornalismo esportivo em 1991 na TV Cultura de São Paulo, quando pela primeira vez foi exibida a Bundesliga no Brasil. Atuou nos canais ESPN como especialista em futebol alemão de 2002 a 2020, quando passou a comentar os jogos da Bundesliga para a OneFootball de Berlim. Semanalmente, às quintas, produz o Podcast "Bundesliga no Ar". A coluna Halbzeit é publicada às terças-feiras. 

O texto reflete a opinião do autor, não necessariamente a da DW.

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Halbzeit

Gerd Wenzel começou no jornalismo esportivo em 1991, quando pela primeira vez foi exibida a Bundesliga no Brasil. Na coluna Halbzeit, ele comenta os desafios, conquistas e novidades do futebol alemão.