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Ataque a tiros em praia da Tunísia deixa dezenas de mortos

26 de junho de 2015

"Estado Islâmico" diz que "soldado do califado" cometeu atentado em popular resort nos arredores de Sousse, na costa tunisiana. Pelo menos 39 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas.

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Foto: Getty Images/AFP/Fethi Belaid

O grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) assumiu pelo Twitter a autoria de um ataque num hotel turístico na Tunísia nesta sexta-feira (26/06) que matou 39 pessoas e deixou dezenas de feridos.

"Nosso irmão, o soldado do califado, Abu Yihya al-kairouni, alcançou seu alvo, o Hotel Imperial, apesar das medidas de segurança", declarou o EI na internet, identificando o autor dos disparos. O comunicado diz ainda que o extremista atacou "um bordel" e matou "40 infiéis".

Este foi o mais grave atentado na história recente do país africano. Os frequentadores de uma praia foram atacados por um homem que sacou uma metralhadora kalashnikov escondida num guarda-sol e abriu fogo.

A chacina no popular resort mediterrâneo de Port el Kantaoui, nos arredores de Sousse, aconteceu no mesmo dia em que um homem-bomba matou 25 fiéis numa mesquita xiita no Kuwait e um suspeito de ligações com salafistas atacou uma fábrica na França, matando e decapitando uma pessoa.

Os jihadistas do "Estado Islâmico", que na próxima segunda-feira marcam o primeiro aniversário do "califado" em regiões ocupadas do Iraque e da Síria, também assumiram que estavam por trás do atentado no Kuwait.

O secretário de Estado da Segurança da Tunísia, Rafik Chelly, declarou mais cedo que o atirador era um estudante desconhecido das autoridades. "Ele é tunisiano, natural da região de Kairouan [no centro do país]", disse.

Ainda de acordo com Chelly, o rapaz andava pela praia vestido como banhista e com um guarda-sol, dentro do qual estava uma metralhadora. O secretário acrescentou ainda que as investigações preliminares indicavam que o atentado foi cometido por um único atirador.

Estado de alerta máximo

Testemunhas descreveram cenas de pânico após o tiroteio na praia em frente ao RIU Imperial Marhaba Hotel, nos arredores de Sousse, cidade a cerca de 140 quilômetros ao sul de Túnis. "Há 37 mortos e 36 feridos. Alguns dos feridos estão em estado crítico", informou o chefe de comunicações do Ministério da Saúde, Chokri Nafti, logo após o ataque.

Um porta-voz do grupo hoteleiro espanhol RIU, que gerencia o hotel cinco estrelas, disse que a maioria dos 565 hóspedes era do Reino Unido e de países da Europa Central. Em Dublin, o chanceler Charles Flanagan anunciou que uma irlandesa estaria entre os mortos.

Sousse é um dos balneários mais populares do país, atraindo turistas da Europa e dos países vizinhos do norte da África. A Tunísia está em alerta máximo desde março, quando militantes islâmicos atacaram o Museu do Bardo, em Túnis, matando 21 turistas estrangeiros e um policial, num dos piores ataques da última década no Norte da África.

MSB/AS/rtr/afp/lusa