Ataque em Paris mata um alemão e deixa dois feridos
3 de dezembro de 2023Um ataque no centro de Paris, na França, deixou um turista alemão morto e outros dois feridos, levando autoridades alemãs e francesas a expressarem consternação neste domingo (03/12).
O ataque ocorreu nas margens do rio Sena, perto da Torre Eiffel, na noite de sábado. Segundo o ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, o agressor atacou primeiro um casal de turistas alemães com uma faca, matando o rapaz de 23 anos. A mulher não ficou ferida e teria sido salva graças à intervenção de um taxista, disse Darmanin.
O suspeito então atravessou uma ponte sobre o Sena e atacou mais duas pessoas com um martelo, ferindo ambas, incluindo um cidadão britânico de 66 anos que foi atingido no olho.
O agressor foi em seguida preso pela polícia sob suspeita de assassinato – definido na lei francesa como homicídio premeditado – e tentativa de assassinato relacionado a terrorismo.
"Após a sua prisão, ele disse que não aguentava mais a morte de muçulmanos no Afeganistão, bem como nos territórios palestinos", disse Darmanin.
Outras três pessoas do círculo do suspeito também foram presas, que, segundo o jornal Le Parisien, seriam seus pais e sua irmã.
Quem é o agressor?
O suspeito preso foi descrito como um cidadão francês de 26 anos, já conhecido das autoridades.
Neste domingo, o procurador francês Jean-François Ricard, da Procuradoria Nacional Antiterrorismo (PNAT), afirmou que o assassino aparece em um vídeo dizendo pertencer ao grupo terrorista "Estado Islâmico" (EI).
Segundo Ricard, o rapaz se converteu ao Islã em 2015, quando tinha 18 anos, e a mãe dele, uma exilada política iraniana, estava preocupada com as atitudes do filho desde outubro.
"Em árabe, ele se apresenta como um combatente do Estado Islâmico (…) de uma subsidiária que opera a partir do Afeganistão. No vídeo, ele afirma pertencer ao EI, dá seu apoio aos jihadistas que operam na África, no Iraque, na Síria, no Paquistão e no Iêmen", disse o promotor.
O vídeo foi publicado em uma conta na rede social X (antigo Twitter) aberta em meados de outubro, contendo também postagens sobre o grupo fundamentalista islâmico Hamas e a Palestina.
Ricard confirmou que o suspeito, nascido na rica cidade de Neuilly-sur-Seine, nos arredores de Paris, também teve contato no passado, através das redes sociais, com o assassino do professor Samuel Paty em 2020.
O autor do ataque em Paris já cumpriu quatro anos de prisão por planejar um atentado em 2016 no distrito comercial de La Défense. Ele ainda se beneficiou de "monitoramento médico" até abril de 2023 devido a problemas mentais, acrescentou Ricard.
A partir de então, passou a ser monitorado pelos serviços secretos franceses devido a seu perfil de fundamentalismo islâmico.
Autoridades lamentam
A ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, disse ao grupo de mídia Funke que o ataque foi um "crime abominável". "Nossos pensamentos estão com a família e amigos da vítima e com os outros feridos neste ato terrível", acrescentou Faeser.
A ministra do Exterior da Alemanha, Annalena Baerbock, declarou que seus pensamentos também estão com a família e os amigos do "jovem alemão" morto. Ele "tinha quase toda a vida pela frente", escreveu Baerbock em um post no X. "O ódio e o terror não têm lugar na Europa."
Na noite de sábado, o presidente francês, Emmanuel Macron, já havia oferecido suas condolências à família da vítima do que chamou de um "ataque terrorista".
"Minhas condolências vão para a família e entes queridos do cidadão alemão que morreu nesta noite no ataque terrorista em Paris, e meus pensamentos estão com as pessoas que estão atualmente feridas e sendo cuidadas", escreveu Macron no X.
ek (AFP, Reuters, Efe, DPA, ots)