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Ataque suicida atinge procissão xiita na Nigéria

27 de novembro de 2015

Movimento islâmico local fala em 21 mortes e responsabiliza organização extremista sunita Boko Haram pelo atentado. Segundo homem-bomba teria sido detido antes de detonar explosivos.

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Foto: picture-alliance/AP Photo

Um atentado suicida atingiu uma procissão de centenas de muçulmanos xiitas moderados de Kano, a segunda maior cidade da Nigéria, para Zaria, comunicaram autoridades locais e um líder xiita, nesta sexta-feira (27/11).

Segundo um líder do Movimento Islâmico na Nigéria, Muhammad Turi, ao menos 21 pessoas foram mortas. "Perdemos 21 pessoas e várias outras foram feridas", disse.

Em comunicado, a organização afirmou que outro homem-bomba foi detido antes de conseguir executar a explosão e confessou que um segundo agressor estava na multidão. Este teria detonado sua bomba quando percebeu que seu cúmplice tinha sido detido.

"Estava vestido de preto como todos nós. O seu cúmplice tinha sido detido antes e tinha confessado que eles tinham sido enviados pelo Boko Haram. Eles faziam parte dos jovens raptados no estado de Borno, no ano passado, e foram levados para a floresta de Sambisa onde foram obrigados a passar por treino militar. Foram enviados para Kano há 11 dias e mantidos numa casa especificamente para realizarem este ataque", disse a organização.

A polícia informou apenas que houve mortes, mas sem precisar um número. "Foi em uma área de mata, numa área rural ao longo da rodovia. Nossa preocupação é assegurar todo o perímetro. A bomba foi feita de explosivo de alto calibre", disse o comissário da polícia local, Muhammad Musa Katsina. Ele afirmou que ainda não se sabe quem está por trás do ataque.

A suspeita provavelmente cairá sobre o grupo radical islâmico Boko Haram, que frequentemente utiliza homens-bomba para acertar alvos fáceis. como lugares de culto, mercados e estações de ônibus. Desde que perdeu neste ano a maior parte do território que controlava, a organização sunita voltou às táticas de guerrilha e jurou lealdade ao "Estado Islâmico" (EI). Na última semana, duas mulheres-bomba atingiram um mercado de celulares em Kano, matando ao menos 14 pessoas e ferindo outras cem.

Desde 2009, o Boko Haram tem tentando estabelecer um Estado islâmico nos moldes da sharia no nordeste da Nigéria. O grupo chegou a conquistar vastos territórios em 2014, antes de ser repelido por forças nigerianas e de países vizinhos.

Em seis anos de conflitos, ao menos 2,1 milhões de pessoas foram deslocadas e milhares mortas. A Anistia Internacional calcula que nesse período ao menos 20 mil pessoas tenham sido mortas pelo Boko Haram.

PV/lusa/afp/ap/rtr