Ataques isolados na Ucrânia, apesar de cessar-fogo
15 de fevereiro de 2015Após o início do cessar-fogo, à meia noite deste domingo (15/02), forças militares da Ucrânia e separatistas se acusam mutuamente de violações da trégua.
O governo ucraniano informou que o cessar-fogo está sendo "de modo geral, observado", mas que suas Forças Armadas teriam sofrido dez ataques desde o inicio do prazo. Ainda assim, Kiev qualificou os incidentes como fatos isolados.
Em pronunciamento à nação, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, afirmou esperar que esta "última chance para o início de um longo e complicado processo de paz" não seja desperdiçada. O porta-voz das Forças Armadas assegurou que a ordem do presidente para que a trégua fosse iniciada foi imediatamente cumprida pelos militares ucranianos.
O Departamento de Estado dos Estados Unidos informou que imagens feitas no leste ucraniano forneciam evidências seguras de que forças militares russas lançaram ataques de artilharia e mísseis contra o Exército ucraniano, próximo à cidade de Debaltsevo, palco de violentos combates nos últimos dias.
"Estamos seguros que tratar-se de militares russos, e não de separatistas", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki.
Acordo de Minsk prevê punições
O chefe dos serviços de segurança da Ucrânia, Valentyn Nalyvaichenko, informou que menos de uma hora após o início da trégua, uma tropa de cossacos formada por cidadãos russos efetuou disparos de artilharia em Debaltsevo, importante nó ferroviário localizado entre os dois bastiões dos rebeldes, Donetsk e Lugansk.
Os rebeldes também acusam as forças ucranianas de violar a trégua. O líder separatista Eduard Basurin justificou os ataques das milícias pró-Rússia na região de Debaltsevo, afirmando que "no interesse de evitar mortes entre a população civil, ataques precisos estão sendo efetuados contra posições do inimigo". Ele sustenta que a região é território dos rebeldes.
Ao comentar as declarações de Basurin, o porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin, Dimitri Peskov, afirmou que as medidas previstas quanto a violações do cessar-fogo deverão ser estritamente aplicadas. "Todas as consequências das ações foram mencionadas no pacote de medidas para a implementação do acordo de Minsk. Todos os termos devem ser incondicionalmente observados."
RC/rtr/afp/ap