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Atentado mata soldados alemães no Afeganistão

rw7 de junho de 2003

Quatro soldados alemães foram mortos num atentado em Cabul neste sábado. Foi o primeiro ato de terror deste tipo contra o contingente alemão na tropa internacional de paz – ISAF no Afeganistão.

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Ambulância da ISAF socorreu os feridosFoto: AP

Um táxi carregado com material explosivo detonou na manhã deste sábado junto a um ônibus com 33 soldados da Bundeswehr, as Forças Armadas alemãs, a cerca de cinco quilômetros do centro da capital, Cabul. Os soldados faziam parte das forças internacionais de paz ISAF, responsáveis pela garantia da paz e estabilidade no Afeganistão, após a derrubada do regime talibã.

O ônibus integrava um comboio que ia do acampamento das tropas alemãs ao aeroporto da capital afegã, onde os soldados embarcariam para a Alemanha. A explosão matou quatro alemães e causou ferimentos em outros 28, sete dos quais gravemente. Também civis afegãos estão entre os feridos. Outras 20 pessoas sofreram ferimentos leves.

"Situação não é segura, nem estável"

O ministro alemão da Defesa, Peter Struck, salientou ser a primeira vez que soldados alemães são vítimas de terrorismo no Afeganistão. Ao mesmo tempo, ele considerou o ato "a terrível confirmação" de que a situação não está sob controle naquele país. "Não houve indícios prévios concretos de um atentado, mas sabemos que a situação não é de segurança, nem de estabilidade", esclareceu o ministro social-democrata.

"Nossos soldados estão preparados para isso e tomamos todas as medidas para a sua proteção." Ele acrescentou que a missão alemã vai continuar, com a intensificação das patrulhas. O país participa do ISAF com 2500 soldados.

O presidente norte-americano manifestou condolências num telefonema ao chanceler federal alemão. Segundo o ministro Struck, George W. Bush ressaltou a Gerhard Schröder que, "mais do que nunca, os dois países são responsáveis pelo restabelecimento do Afeganistão num país democrático e não mais como ponto de partida de atos terroristas".

Na última quinta-feira (5/6), o Parlamento alemão havia definido as bases para a ampliação da missão dos soldados alemães no Afeganistão, no segundo semestre. Para disso, o Parlamento alemão aprovou uma "missão de reconhecimento", com especialistas dos ministérios da Defesa, Exterior e Cooperação Econômica, que viajarão ao Afeganistão na próxima terça-feira.

Tarefa perigosa

– Em novembro do ano passado, pouco antes de uma visita do ministro do Exterior, Joschka Fischer, cinco a seis morteiros explodiram a 500 metros do QG do ISAF. Não houve feridos.

Um mês depois, um terrorista suicida explodiu-se diante do acampamento das tropas alemãs em Cabul. Dois intérpretes afegães da força internacional de paz para o Afeganistão (ISAF) ficaram feridos. Nenhum soldado foi atingido pela explosão.

Alguns dias mais tarde, caiu um helicóptero alemão em Cabul, matando os sete soldados alemães a bordo. De acordo com o Ministério da Defesa, em Berlim, o acidente teria sido provocado por uma pane no rotor principal. O ministro Struck havia excluído a possibilidade de atentado. Um porta-voz do contingente alemão das tropas de proteção do Afeganistão refutou acusações de que os soldados utilizassem equipamentos ultrapassados.

Em maio último, a explosão de uma mina a sudoeste de Cabul matou um soldado alemão e feriu outro.