Atentados em Beirute deixam dezenas de mortos
12 de novembro de 2015Pelo menos 43 pessoas morreram e mais 240 ficaram feridas em um duplo atentado de homens-bomba nesta quinta-feira (12/11) em Beirute, no Líbano. A autoria do ataque foi reivindicada pelo grupo extremista "Estado Islâmico" (EI).
O atentado ocorreu em frente a um centro comercial no bairro de Burj al-Barajneh, um reduto do grupo xiita libanês Hisbolá, cujos militantes estão combatendo na Síria ao lado das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad. As explosões ocorreram com alguns minutos de intervalo.
Moradores ouviram a primeira explosão e correram para socorrer as vítimas, quando a segunda bomba foi detonada. De acordo com o ministro libanês do Interior, Nohad Machnouk, um terceiro-homem bomba morreu nas explosões, antes de acionar os explosivos que carregava no corpo.
A Cruz Vermelha anunciou que há dezenas de feridos em estado grave. Hospitais da região pediram a população para doar sangue. Emissoras de televisão exibiram imagens de pessoas feridas sendo levadas por serviços de emergência e por civis.
"Eu tinha acabado de chegar à região das lojas quando aconteceu a explosão. Levei quatro cadáveres com as minhas próprias mãos, três mulheres e um homem, um amigo meu", disse Zein al-Abideen Khaddam a uma emissora local.
Com medo de mais ataques, as forças de segurança libanesas e o Hisbolá pediram para a população deixar a região.
Ataque do EI
Esse foi o primeiro ataque no sul de Beirute desde junho de 2014, quando um carro bomba explodiu e matou um agente de segurança. Entre julho de 2013 e fevereiro de 2014, uma série de atentados foi realizada em regiões controladas pelo Hisbolá na Líbia.
Na época, extremistas sunitas disseram que os ataques eram uma vingança contra a decisão do Hisbolá de enviar combatentes para a Síria.
O grupo radical "Estado Islâmico" reivindicou nesta quinta-feira a autoria dos ataques a bomba em Beirute. Em um comunicado divulgado na Internet, os jihadistas afirmaram que "soldados do califado" detonaram explosivos contra xiitas "apóstatas".
"Depois dos apóstatas terem corrido para o local do ataque, um dos combatentes detonou um cinto de explosivos no meio do grupo", disse o EI.
Após os ataques, o Hisbolá prometeu continuar sua luta contra os "terroristas".
CN/ap/afp/dpa/rtr/lusa