Atrair investidores com projetos específicos
11 de outubro de 2003"América Latina e Europa: uma aliança forte", foi o título da conferência ibero-americana realizada em Hamburgo, com mais de 200 participantes dos setores empresarial e bancário.
Em entrevista à DW-WORLD, Klaus Lengefeld destacou as exposições feitas pelos presidentes do Banco Central brasileiro e da DaimlerChrysler no Brasil. "Eles mostraram que as grandes empresas sentem-se bem no subcontinente latino-americano, mas também vimos que há riscos e estamos lá para reduzi-los", salientou o coordenador da Sociedade Alemã de Cooperação Técnica (GTZ) para a América Latina e o Caribe.
Brasil não mais prioridade
Ainda segundo Lengefeld, o Brasil é um importante ponto de atração para as empresas alemãs, "se observarmos que 50% dos investimentos alemães na região acontecem lá". Em números, a Alemanha é o terceiro maior investidor direto na América Latina ─ depois de Estados Unidos e Espanha ─, com 42 bilhões de dólares destinados a este fim no ano passado. Destes, quase 44% foram aplicados no Brasil.
Lengefeld observa, no entanto, que as prioridades para os novos investimentos passaram a ser a Bolívia, o Peru e países da América Central, onde a economia alemã se engajou pouco até agora e há muitos problemas a serem solucionados, como a pobreza e questões do desenvolvimento.
Embora o interesse da Alemanha em relação à América Latina venha crescendo em outros setores, como o cultural, Lengefeld acha que "um pouco do interesse econômico foi perdido com o boom do sudoeste asiático.
Apresentar projetos específicos
Theodoro Krap, da missão comercial mexicana na Alemanha, vê o evento realizado em Hamburgo como uma forma de aproximação do mercado latino-americano com a Alemanha. "Lamentavelmente, em função da crise, houve uma queda, mas nos últimos tempos o interesse voltou a crescer. Ultimamente, o centro de atração dos investimentos alemães é a China, mas a América Latina não está fora de moda". Krap lembra que há muitos ramos em que se poderia investir. Mas, antes, sugere melhoramentos em áreas como a infra-estrutura e a segurança jurídica.
Por outro lado, o adido comercial mexicano adverte que não está sendo aproveitado todo o potencial existente por um questão de foco: "É preciso sair dos projetos amplos, gerais, para áreas setorizadas, isto é, baixar dos temas gerais para projetos específicos, como o financiamento em certos setores, a segurança jurídica e outros", conclui.