Saúde pública
4 de março de 2009A encarregada nacional de combate às drogas na Alemanha, Sabine Bätzing, declarou nesta terça-feira (03/03) que 1.394 pessoas morreram por causa do consumo de drogas no país em 2008, o número mais alto em cinco anos. Comparado a 2007, houve um aumento de 3,9%.
Segundo Bätzing, a maioria das mortes foi causada por overdose de heroína, frequentemente combinada com álcool e remédios para dormir. Doenças no fígado ou outras como a hepatite C também são frequentemente as causas das mortes.
A maioria das vítimas já é viciada há muitos anos e tem mais de 35 anos. As cidades com maior número de mortes foram Berlim, Hamburgo, Colônia e Munique.
Segundo o presidente do Departamento Federal de Investigações (BKA), Jörg Ziercke, 19.203 dependentes de drogas chamaram a atenção das autoridades pela primeira vez, o que corresponde a um aumento de 3% comparado ao ano anterior.
Os dados também indicaram mais consumidores frequentes de anfetamina, ecstasy e cocaína. Segundo o Departamento, houve um aumento de 7% de consumidores de anfetamina (10.600 pessoas).
Nova cara do consumo de droga
As estatísticas também mostram que a preferência dos consumidores de droga na Alemanha está mudando, em detrimento da heroína.Pela primeira vez, houve mais dependentes de cocaína que chamaram a atenção das autoridades. "Isso também é interessante, pois mostra a nova tendência: sair da 'heroína suja' e entrar no estilo de vida supostamente limpo da cocaína", explicou Ziercke.
Embora o uso da heroína tenha diminuído, a droga continua uma grande preocupação para o governo alemão. "O consumo de ópio, principalmente de heroína, infelizmente estagnou-se em um alto nível, pois as consequências sanitárias e sociais de um viciado em heroína são graves", afirmou Bätzing.
Outra mudança observada pelo relatório são os lugares onde ocorrem as mortes por overdose. "As mortes por causa de drogas em banheiros de estações de trem pertencem ao passado", disse Bätzing.
Agora, estas mortes acontecem frequentemente em quartos privados, pois neles é mais difícil ser socorrido. Porém, de acordo com Bätzing, centenas de vidas são poupadas em quartos de consumo de drogas, oferecidos pelo governo.
Para diminuir o número de mortes, ela também defende que o tratamento psiquiátrico deveria estar disponibilizado mais rapidamente, assim como medicamentos e informação. Além disso, ela pretende aumentar a distribuição de metadona e diamorfina, a heroína artificial. Segundo ela, atualmente, cerca de 50% dos dependentes estão recebendo metadona no país.