Bayer comemora 150 anos
Além de campeões de vendas como a aspirina, a heroína também foi uma invenção do grupo farmacêutico alemão. Em tempos sombrios, a empresa compactuou com os nazistas.
Friedrich Bayer, o fundador
Junto com seu amigo, o tintureiro Johann Weskott, Friedrich Bayer (na foto) fundou em Wuppertal um pequeno estabelecimento comercial. A "Friedr. Bayer et comp." fabricava corantes artificiais. Da amizade entre os dois sócios nasceria uma grande multinacional.
De sala de estar a multinacional
Na casa de Friedrich Bayer, em Wuppertal (ao centro, por volta de 1870), foi fundada a empresa, cuja sede estabeleceu-se ao lado. Na fábrica, eram produzidos corantes artificiais – algo até então considerado um bem de luxo.
Primórdios da fábrica e seus trabalhadores
Quando fundada, em 1863, a empresa tinha apenas três funcionários. Na foto mais antiga da firma, vê-se seu primeiro aprendiz, Heinrich Ritter (à dir.). Vinte anos mais tarde, o número de funcionários já passava dos 300; hoje, são mais de 110 mil.
Fenacetina contra ressaca
No bairro de Elberfeld, em Wuppertal, a Bayer produziu o primeiro medicamento para dor de cabeça. Subproduto da fabricação de corantes, a fenacetina era frequentemente usada de maneira inadequada por ter como efeito colateral o aumento do desempenho. Por isso, teve sua venda proibida no mercado alemão.
Fábrica às margens do Reno
A Bayer adquiriu as instalações da fábrica de Alizarin (foto) em fins do século 19, transformando a unidade localizada na margem direita do Reno em nova sede da empresa. Antes da Primeira Guerra Mundial, o grupo já havia se tornado uma multinacional presente em quase todos os continentes.
Heroína como substância contra a tosse
Também antes da Primeira Guerra, a Bayer patenteou a diacetilmorfina. Numa campanha internacional, a substância química foi propagada como medicamento contra febre, pressão alta e doenças pulmonares. Depois, foi usada para aliviar as dores de feridos de guerra. Após a Segunda Guerra, a substância, hoje conhecida como heroína, foi proibida.
Zyklon B: o lado negro da gigante farmacêutica
A partir de 1925, a Bayer passou a fazer parte do grupo IG Farben, que participou da fabricação do gás tóxico Zyklon B. Em Auschwitz e em outros campos de concentração, a substância foi usada para assassinar em massa. Em 1944, 4.300 trabalhadores forçados recrutados nos campos de concentração trabalhavam somente na unidade de Leverkusen.
Penicilina para combater epidemias
Após a reabertura nos anos 1950, a Bayer deu um tiro certo. Num laboratório especial, começou a fabricar em série a penicilina, descoberta pelo escocês Alexander Fleming. Assim, infecções bacteriológicas – como a peste, a sífilis e a tuberculose – passaram a não ser mais mortais, e o medicamento tornou-se acessível para grande parte da população.
Dralon: "Meninas pequenas, olhos grandes..."
...dizia uma propaganda no pós-guerra. Com o tecido Dralon, a Bayer chegou às manchetes das revistas de moda. O tecido resistente é utilizado até hoje, porém, mais em toalhas de mesa e barracas de praia.
Aspirina: campeã de vendas com riscos
Quando a nave Apollo 11 foi à lua em 1969, havia um pacotinho verde a bordo: de aspirinas. Anualmente, mais de 11 bilhões de comprimidos são consumidos em mais de 70 países. Apesar de o analgésico oferecer riscos para as crianças, com um faturamento anual de bilhões, a antiga sede do grupo, em Leverkusen, foi construída inspirada no medicamento.
Bayer 2013: mundialmente conhecida
O que começou há 150 anos numa sala de estar é hoje um parque químico que marca a paisagem da cidade de Leverkusen. Mundo afora, o grupo registra um faturamento de mais de 40 bilhões de euros por ano.