Bayer Leverkusen de mãos vazias em sua melhor temporada
17 de maio de 2002Ninguém apostava muito no Bayer Leverkusen quando a temporada começou. Após o carismático Christoph Daum ter deixado a equipe em outubro de 2000 após um exame positivo de consumo de cocaína, uma bem sucedida interinidade de Rudi Völler e uma desastrosa passagem do sisudo Berti Vogts como técnico (o "eterno vice" terminara em quarto lugar a temporada 2001), o novo treinador Klaus Toppmöller tinha muito o que fazer.
Conseguiu sem muito esforço classificar-se para a Liga dos Campeões e começou devagar na Bundesliga. Enquanto Kaiserslautern, Borussia Dortmund e Bayern de Munique se revezavam na liderança, o Leverkusen mantinha-se invicto, subindo de produção. Na 13ª rodada, o Bayern perdeu para o Werder Bremen e o Leverkusen assumiu o topo da tabela. Defendeu a liderança com sucesso por seis rodadas. Deixou-a para o Borussia ao ser derrotado pelo Bayern. Voltou a ser líder da 24ª.
Chegou a abrir uma vantagem de cinco pontos sobre o Borussia. No limiar de suas forças, sendo o único time alemão a ainda disputar simultaneamente três competições (Liga dos Campeões, Bundesliga e Copa Alemanha), o time ofensivo de Toppmöller perdeu o embalo, perdeu inesperadamente duas partidas (em casa para o Werder Bremen e fora para o Nürnberg) e permitiu o Borussia retomar a liderança na penúltima rodada e sagrar-se campeão.
Mas foi na Liga dos Campeões que o desempenho do Leverkusen mais surpreendeu. Nunca em sua história havia passado da primeira fase. Apesar de quebrar o tabu com boas exibições (derrotou em casa o Barcelona), ninguém poderia acreditar que o time alemão sobreviveria à etapa seguinte, ao cair no mesmo grupo que Juventus de Turim, Deportivo La Coruña e Arsenal.
Ao ser goleado (4x1) facilmente em Londres pelo Arsenal, esperava-se que o Leverkusen desistisse da competição européia para se dedicar à Bundesliga. Mas a vontade de lavar a honra sobre a Juventus que os goleara em Turim numa partida polêmica deu motivação extra à equipe alemã, que não só vingou-se da italiana como garantiu a classificação em La Coruña com nova vitória sobre o Deportivo. Mais do que isto: o Leverkusen passava às quartas-de-final como líder do mais difícil grupo. A Europa estava boquiaberta.
As vítimas seguintes foram o Liverpool e o Manchester United. Atingir a final já foi algo extraordinário para os comandados de Toppmöller e perdê-la para o Real Madrid não seria necessariamente motivo de tristeza. No entanto, após já ter deixado escapar a conquista do Campeonato Alemão e perder a final da Copa Alemanha para o Schalke, vencer a Liga dos Campeões era a última oportunidade de não só coroar a melhor temporada da história do Leverkusen, mas também não só ficar assistindo os adversários levantarem e brincarem com os tão sonhados troféus.
Para a nova temporada, Toppmöller terá praticamente de remontar a sua equipe. Após as férias, seus dois motores – Ballack e Zé Roberto – farão as malas para mudar-se para o rival Bayern de Munique. Substituí-los não será fácil.