Guerra contra a crise
8 de agosto de 2011Na noite deste domingo (07/08), o Conselho do Banco Central Europeu (BCE) afirmou que a instituição está preparada para "implementar ativamente" o seu programa de compra de títulos no mercado secundário, sinalizando a disposição de comprar papéis da Itália e da Espanha.
O anúncio foi feito após horas de discussão do conselho sobre a crise financeira que atinge os Estados Unidos e países da Europa e tem por objetivo impedir que as turbulências nos mercados financeiros afetem a Itália e a Espanha, duas economias fragilizadas pelo alto envididamento público.
O ministro francês das Finanças, François Baroin, afirmou à emissora Europe 1 que o BCE já estaria preparado para a compra nesta segunda-feira, caso os investidores recuem.
Segundo operadores, o anúncio do BCE já foi posto em prática e trouxe um pouco de alívio para o mercado financeiro. A autoridade monetária europeia estaria comprando títulos com prazo de cinco anos.
Em consequência, os juros sobre os títulos públicos de dez anos dos dois países tiveram significativas quedas e ficaram bem abaixo da marca dos 6%. A diferença em relação aos títulos alemães, considerados especialmente estáveis e por isso usados como referência, retrocedeu. Na semana passada ela havia alcançado níveis recordes.
O mercado de ações europeu abriu em queda nesta segunda-feira. Os principais mercados asiáticos fecharam com perdas. Tóquio fechou com queda de 2,18%, Hong Kong caiu 2,11%, Seul, 3,82% e Sidnei, 2,91%. Na semana passada, o medo do contágio da crise nos mercados mundiais fez com que bolsas em todo o mundo registrassem significativas quedas.
Movimentação política
Após a agência de rating Standard & Poor's ter reduzido a classificação de crédito dos Estados Unidos de AAA para AA+, na sexta-feira passada, a movimentação de líderes mundiais durante o fim de semana foi intensa. O objetivo era convencer investidores da estabilidade dos investimentos.
Na noite de domingo, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarcozy, tentaram transmitir segurança aos investidores por meio de uma declaração conjunta.
Eles reforçaram que o fundo de ajuda a países da zona do euro está disponível para comprar títulos no mercado secundário. Esse teria sido um ponto crucial para que o BCE acertasse a aquisição dos papéis da Itália e também da Espanha.
Ministros das finanças do G7 (sete países industrializados) também tentaram acalmar os investidores ao anunciar que estão dispostos a ações coordenadas para garantir a estabilidade dos mercados financeiros.
MS/rts/afp
Revisão: Alexandre Schossler