BCE corta taxa básica de juros para zero
10 de março de 2016O Banco Central Europeu (BCE) cortou suas três taxas de juros, expandiu seu programa de compra de ativos para incluir também papéis de empresas e ofereceu novas linhas de empréstimos baratos a bancos nesta quinta-feira (10/03).
O pacote resultante é maior e mais agressivo do que o esperado pelos mercados e visa impulsionar a economia e impedir que a inflação extremamente baixa se consolide nos 19 países da zona do euro.
O presidente do BCE, Mario Draghi, disse que o objetivo é ampliar o crédito e elevar a inflação para a meta de 2% ao ano. Logo após o anúncio, feito em Frankfurt, o euro caiu cerca de 1% em relação ao dólar, e bolsas de valores europeias registraram altas.
Num gesto sobretudo simbólico, o BCE cortou a taxa básica de juros de 0,05% para zero. O corte da taxa de depósito bancário avançou ainda mais no território negativo, passando de -0,3% para -0,4%, o que estimula os bancos a emprestar seu dinheiro a empresas em vez de deixá-lo guardado no BCE. A autoridade monetária também baixou sua taxa de juros para empréstimo overnight aos bancos, que caiu de 0,30% para 0,25%.
O BCE também anunciou que vai elevar suas compras mensais de títulos – o chamado programa de quantitative easing – de 60 bilhões de euros para 80 bilhões de euros e vai incluir também a compra de títulos corporativos, além dos títulos da dívida pública de países do euro.
Por fim, a autoridade monetária da zona do euro anunciou que vai oferecer linhas de empréstimos baratos a bancos, com vencimentos de até quatro anos, para injetar dinheiro no mercado financeiro.
Novas previsões
O Banco Central Europeu também cortou suas previsões de inflação, afirmando que a alta de preços ficará abaixo da meta ao menos até 2018. Para 2016, o BCE espera agora uma inflação de 0,1% na zona do euro em 2016, em vez de 1% da previsão anterior.
Para 2017, a projeção recuou de 1,6% para 1,3%. A projeção para 2018, apresentada pela primeira vez nesta quinta-feira, é de 1,6%. Todas as previsões estão abaixo da meta fixada pelo próprio banco, de 2% ao ano.
O BCE também se mostrou mais pessimista em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro. Para o ano em curso, a autoridade monetária espera um crescimento de 1,4%, em vez de 1,7% da projeção anterior. Para 2017, o crescimento deverá ser de 1,7%, em vez de 1,9%, e, para 2018, de 1,8%.
AS/rtr/ap/afp