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Festival de Design em Berlim

1 de junho de 2011

Em sua nona edição, evento comemora a expansão internacional do design na capital alemã, discute sustentabilidade e questiona a função plural do design. O brasileiro Roberto Stelzer participa do evento.

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design by Jo Van Bostraeten picture by Kristof Vrancken for Z33 Bilder, die mir die Kollegin Karen Khurana von der Pressestelle des Berliner Designfestivals DMY für die Verwendung auf DW-WORLD.DE gemailt hat - !!!!!! beide nur zur Verwendung im Zusammenhang mit der Berichterstattung über das Festival DMY.
Festival discute o design aplicado na vida cotidianaFoto: Kristof Vrancken

Grandes cidades estão em constante mutação. Berlim nos últimos anos tem se tornado um dos centros turísticos e criativos da Europa. Esse processo é refletido na evolução do 9º DMY Festival Internacional de Design de Berlim, que começa nesta quarta-feira (01/06).

O antigo aeroporto de Tempelhof é o cenário ideal para o evento, que cresceu junto com a cena criativa da cidade e hoje em seus 14 mil metros quadrados abriga não só os 500 designers e marcas que expõem na feira, mas também fóruns, palestras, simpósios, além de eventos e exposições espalhados por toda a cidade.

Em todos os seus eventos, o festival se propõe a pensar e discutir o design como parte integrante de diversos aspectos de nossa vida cotidiana. Enquanto muitas ferramentas foram inventadas para facilitar e deixar nossa vida mais eficiente, nós raramente refletimos sobre nossos hábitos diários e a nossa relação com esses objetos, que são um processo de design.

Esses objetos não nos são apenas oferecidos, mas representam um desenvolvimento contínuo sujeito a mudanças. Ao invés de apenas refletir o status quo, o festival tem como foco destacar produtos inovadores e com uma consciência no coletivo e no meio ambiente, sendo que 70% dos materiais usados pelos expositores foram recentemente desenvolvidos e são sustentáveis. A maioria dos projetos apresentados são centrados na pesquisa e no desenvolvimento de técnicas de processos e materiais, pensando no impacto social e no desenvolvimento do design contemporâneo.

Flash-Galerie DMY Festival
Antigo aeroporto abriga o festivalFoto: picture alliance/dpa

Um pé na Finlândia

Em 2011, o festival tem um programa especial para celebrar e discutir o design finlandês, já que a capital do país, Helsinque, será a capital mundial do design em 2012. Depois de Toronto, no Canadá, e Seul, na Coreia do Sul, a cidade no norte da Europa foi escolhida pela sua tradição e criatividade no uso do design.

O programa "Foco no design finlandês" pretende mostrar e discutir os vários aspectos e a tradição do design naquele país, mostrando uma seleção do melhor que se produz na Finlândia hoje, mas também oferecendo um panorama da distinção e da tradição do país no tema.

Outra característica que torna o design parte integrante da vida dos finlandeses é a capacidade de aplicá-lo de maneira interdisciplinar, colocando lado a lado tradição e modernidade, e aproximando o meio ambiente de materiais e técnicas de alta tecnologia. Esse design é utilizado em áreas como arquitetura, serviços públicos e planejamento urbano, integrando os cidadãos nesse processo.

Flash-Galerie DMY Festival
Mais de 500 expositores participam do eventoFoto: picture alliance/dpa

A criatividade e o melhor aproveitamento do design são beneficiados pela pluralidade. Nesse ponto, o festival deixa sua sede e se expande para diversas galerias, museus, instituições culturais e embaixadas, podendo abranger o design com maior diversidade.

Brasil no festival

Dentro dos eventos satélites do festival, o trabalho mostrado pelo designer e artista plástico brasileiro Roberto Stelzer na galeria The Early Bird Hype relaciona sua criação de toy art com a fotografia. Além de exibir seus criativos e decorativos brinquedos, ele mostra fotos impressas em acrílico dos personagens que desenvolve para a sua empresa e coletivo Troyart em São Paulo. O nome é uma brincadeira com toy art e o cavalo de Troia, pelo formato inusitado com que os produtos são apresentados.

Kunst Robo Um Roberto Stelzer
Obra do brasileiro Roberto StelzerFoto: Roberto Stelzer

Roberto é responsável pela criação e fabricação de personagens, na maioria robôs, que vêm em kits para montar. Esses personagens são apresentados em forma de um quadro de acrílico colorido, que pode ser usado como decoração, desmontado e montado novamente, dando vida a um robô. O trabalho lúdico de Roberto começou quando criava personagens e histórias para seus filhos.

O artista plástico e fotógrafo, que na época estudava design, viu nesses personagens a oportunidade de começar um negócio criativo, mesmo em um mercado ainda tão difícil para o design como o Brasil. Os robôs de Roberto hoje ilustram produtos como acessórios de moda, livros para colorir e para montar, além de uma linha de objetos para casa que já foi desenvolvida, mas ainda procura parceria para ser produzida. De forma divertida, os robôs, que podem ter de 10cm a 2m de altura, questionam o limite entre arte, design, decoração e brinquedo.

Com esse espírito inovador e cheio de pluralidade, o festival tem o potencial de mostrar que o design vai muito além da decoração e está mais presente em nossa vida do que imaginamos. Utilizar esses produtos, que podem ser uma faca, uma cadeira ou um carro, já faz de você uma parte desse processo.

Como expandir isso para melhor planejar sua cidade, sua vida e não deteriorar o meio ambiente é uma das questões que o festival levanta, nos dando oportunidade de pensar um caminho. Ser parte do processo também quer dizer que as coisas mudam e podem ser mudadas.

O Festival Internacional de Design de Berlim acontece no antigo aeroporto de Tempelhof até o dia 5 de junho.

Texto: Marco Sanchez
Revisão: Roselaine Wandscheer