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Berlim ganhará novo museu de arte moderna

Sabine Oelze (av)15 de novembro de 2014

Governo alemão libera 200 milhões de euros para um projeto longamente esperado, que deve ficar pronto até 2021. Segundo políticos da área da cultura, fecha-se assim uma lacuna na paisagem artística da capital.

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Foto: picture-alliance/dpa

Berlim é uma cidade que atrai artistas de todo o mundo. O que faltava até o momento era um lugar onde eles pudessem expor suas obras. Agora, o governo federal acaba de liberar 200 milhões de euros para o longamente planejado Museu de Arte Moderna da capital alemã.

Com 14 mil metros quadrados, o novo prédio se localizará no complexo cultural Kulturforum, vizinho à Potsdamer Platz. O projeto a ser completado em 2021 é uma menina dos olhos da ministra da Cultura Monika Grütters. Destacada paladina das artes plásticas, ela definiu a liberação da verba como uma "gigantesca vitória para a história da cultura e para a paisagem museológica".

A decisão foi tomada na reunião orçamentária do Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão) desta sexta-feira (14/11). "A quantia é um bom ponto de partida para um prédio novo", comentou o secretário estadual de Cultura de Berlim, Tim Renner. Há menos de sete meses no cargo, o ex-produtor musical tem a chance de fazer o anúncio que a cena artística berlinenses vinha esperando há anos.

Kulturstaatssekretär Tim Renner
Secretário estadual de Cultura de Berlim, Tim RennerFoto: picture-alliance/dpa

Lugar para os modernos

O argumento decisivo para esse surpreendente e generoso apoio da união foi a oferta dos colecionadores Heiner e Ulla Pietzsch, de doar ao estado de Berlim seu acervo, estimado em 120 milhões de euros. Entretanto, só sob a condição de que as obras do modernismo clássico – de Salvador Dalí, Joan Miró e René Magritte até Mark Rothko – ficassem em exposição permanente.

"Este é um avanço decisivo em anos de debate sobre a doação das extraordinárias obras de arte pelo casal Pietzsch. Finalmente será fechada essa lacuna na paisagem de museus de nossa capital", comenta o relator chefe de cultura e mídia na comissão orçamentária do Bundestag, Rüdiger Kruse.

O potencial berlinense como metrópole da arte é grande. Seis anos atrás, o salão de arte Temporäre Kunsthalle Berlin já provara isso. Numa construção provisória na praça Schlossplatz, do bairro de Mitte, ficaram expostos, durante dois anos, exclusivamente artistas que vivem e trabalham na capital.

Entretanto, o salão era uma iniciativa privada, e foi novamente desmontado em agosto de 2010. Até agora faltavam ao Senado berlinense as verbas para a construção de um museu.

Três coleções sob um teto

"Mesmo em tempos de tensão orçamentária, a cultura é indispensável, digna de fomento e deveria ser decididamente fortalecida", diz o porta-voz de cultura do Partido Social-Democrata (SPD), Johannes Kahrs.

Em 2013, o antecessor da ministra Grütters, Bernd Neumann, já conseguira da comissão orçamentária a liberação de surpreendentes 10 milhões de euros para a arte.

Berlinale Autokino Temporäre Kunsthalle
Temporäre Kunsthalle Berlin funcionou de 2008 a 2010Foto: Bettina Pousttchi

Além da coleção Pietzsch, o prédio do novo Museu de Arte Moderna também fornecerá endereço fixo às coleções Marzona e Marx, as quais incluem obras do pós-guerra e do fim do século 20. Seu lar original, o museu Hamburger Bahnhof, não oferecia espaço suficiente para expor tudo de forma abrangente.

"As coleções Pietzsch, Marx e Marzona representam uma fantástica complementação para nossa excelente paisagem de museus", comenta Tim Renner. Ele se diz satisfeito por esses objetos artísticos finalmente serem exibidos publicamente, ficando acessíveis a todos os cidadãos.