Biden promete mais ajuda militar à Ucrânia
11 de outubro de 2022O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu mais ajuda militar ao governo da Ucrânia, incluindo o envio de "sistemas avançados de defesa aérea", na esteira da recente onda de ataques russos ao país. Biden condenou os bombardeios, que segundo ele visavam civis e não tinham propósito militar.
Em telefonema com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, o líder americano garantiu que Washington continuará fornecendo o apoio necessário para a defesa da Ucrânia, segundo um comunicado emitido pela Casa Branca na segunda-feira (10/10).
Desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro, os EUA já forneceram mais de 16,8 bilhões de dólares em assistência de segurança a Kiev, além de impor uma ampla gama de sanções econômicas contra Moscou.
"Ao lado de nossos aliados e parceiros, continuaremos a impor custos à Rússia por sua agressão, responsabilizando Putin e a Rússia por suas atrocidades e crimes de guerra, e forneceremos o apoio necessário para que as forças ucranianas defendam seu país e sua liberdade", disse Biden no comunicado.
O americano também expressou suas condolências a Zelenski pelos recentes ataques aéreos que atingiram Kiev e outras cidades ucranianas.
"Os Estados Unidos condenam veementemente os ataques de mísseis da Rússia em toda a Ucrânia, inclusive em Kiev. Esses ataques mataram e feriram civis e destruíram alvos sem propósito militar", afirmou. "Eles mais uma vez demonstraram a total brutalidade da guerra ilegal de [Vladimir] Putin contra o povo ucraniano."
Biden continuou afirmando que "os ataques apenas reforçam ainda mais nosso compromisso de permanecer unido com o povo da Ucrânia pelo tempo que for necessário".
Já Zelenski publicou em sua conta oficial no Twitter ter tido uma "conversa produtiva" com Biden. "A defesa aérea é atualmente a principal prioridade de nossa cooperação na área de defesa", escreveu o presidente ucraniano.
Ataques após destruição de ponte
Segundo autoridades ucranianas, os ataques russos causaram ao menos 19 mortes e deixaram mais de 100 feridos. Ao todo, a Rússia disparou mais de 80 mísseis. Os ataques atingiram diversas cidades ucranianas, incluindo a capital Kiev, que não era alvo de bombardeio russo desde junho.
Moscou justificou os ataques como retaliação pela destruição parcial da ponte de Kerch. No fim de semana, a detonação de um caminhão-bomba comprometeu a única ligação entre o território russo e a península da Crimeia, anexada ilegalmente pelo Kremlin em 2014, e matou três civis.
O governo russo alegou que a explosão na ponte foi obra do serviço secreto ucraniano. O presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou com uma resposta ainda mais dura no caso de "mais ataques terroristas".
Reunião extraordinária do G7
Após os ataques russos, os líderes do G7 agendaram para esta terça-feira uma reunião extraordinária. Biden e os demais líderes do G7 se reunirão virtualmente para discutir o que mais as principais potências econômicas do mundo podem fazer para apoiar a Ucrânia.
A expectativa é que Zelenski peça aos líderes do G7 – EUA, Reino Unido, Canadá, Japão, Itália, França e Alemanha – que forneçam urgentemente à Ucrânia armas de defesa contra mísseis russos.
Além da promessa americana feita por Biden, a Alemanha também anunciou o aceleramento do envio de sistemas de defesa antiaéreo prometidos em junho.
À margem da reunião do G7, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, afirmou que a Rússia não recusará uma reunião entre Putin e Biden numa próxima cúpula do G20.
pv (AFP, DPA, AP)