Blatter diz querer "consertar as coisas" na Fifa
29 de maio de 2015Em seu discurso desta sexta-feira (29/05) no congresso anual da Fifa, em Zurique, o presidente da federação, Joseph (Sepp) Blatter, pediu aos delegados que se juntem a ele "para colocar a Fifa de volta no caminho certo". Ele incentivou os presentes a "buscar uma maneira de consertar as coisas".
Na expectativa de conquistar seu quinto mandato, Blatter negou qualquer culpa nos eventos que levaram à detenção de sete dirigentes da instituição na última quarta-feira.
"Esses acontecimentos espalharam nuvens negras sobre o congresso [da Fifa] e sobre o futebol. Tentemos fazer com que essas nuvens desapareçam. Não podemos deixar que a reputação do futebol e da Fifa seja denegrida", afirmou Blatter no dia da eleição para a presidência da Federação Internacional de Futebol. "Vamos transformar este em um momento de virada", declarou.
O suíço de 79 anos rejeitou responsabilidade pessoal no recente escândalo de corrupção. "Os culpados que estão por trás disso – caso venham a ser condenados como culpados – agem como indivíduos. Não se trata de toda a organização", declarou Blatter. "São indivíduos que esqueceram que nosso futebol se apoia na disciplina, no respeito e no jogo limpo."
Sepp Blatter disse haver uma responsabilidade conjunta do comitê executivo da Fifa. "Estou disposto a dividir e assumir essa responsabilidade", afirmou.
Ao mesmo tempo, ele questionou a relação entre a prisão dos dirigentes e a eleição para a presidência da entidade. "Coloco em questão se foi uma coincidência", declarou o suíço em seu discurso de 20 minutos.
"Existem provas de que algo negativo aconteceu. Isso não é bom. E não é bom que isso aconteça dois dias antes do congresso para eleger o presidente", explicou.
Protesto interrompe congresso por alguns instantes
Durante a abertura do congresso, duas manifestantes palestinas interromperam por breves instantes o discurso de Blatter, mostrando cartões vermelhos aos representantes da organização, enquanto gritavam "Fora Israel!"
Antes do início dos trabalhos, cerca de 150 manifestantes pró-Palestina haviam protestado do lado de fora do congresso. A Palestina, membro da Fifa desde 1998, pretende a expulsão da federação de Israel, na sequência de restrições impostas à liberdade de jogadores palestinos.
A Fifa deverá votar ainda nesta sexta-feira a possibilidade de expulsão de Israel. Para que isso aconteça, é necessário uma maioria de dois terços dos votos.
CA/dpa/lusa/sid