Boeing 787 voltará a voar em breve
20 de abril de 2013Após três meses de pausa forçada, as autoridades norte-americanas de segurança aérea aprovaram nesta sexta-feira (19/04) o novo sistema de baterias do Dreamliner da Boeing, abrindo caminho para uma retomada em breve das operações de voo com o Boeing 787.
Na próxima semana, a agência norte-americana reguladora de aviação (FAA, na sigla em inglês), deverá suspender formalmente a proibição de voo, decretada em janeiro deste ano. Autoridades japonesas também demonstraram satisfação com a solução encontrada.
Em meados de janeiro, as autoridades de segurança de aviação retiraram as aeronaves do ar, após falhas nas baterias de íon-lítio que resultaram na liberação de eletrólitos inflamáveis, que provocaram estragos por calor e fumaça em dois aviões Boeing 787 da companhia aérea japonesa ANA.
A partir de agora, os 50 Boeing 787 de oito companhias que se encontravam em operação, principalmente no Japão, poderão receber as novas baterias. As células das baterias serão mais bem isoladas, evitando assim o risco de curto-circuito interno. Um invólucro de aço inoxidável irá garantir segurança adicional.
Controle pela FAA
Quando as novas baterias forem montadas nos 50 Dreamliners já entregues pela Boeing, cada um deles deverá ser controlado pela FAA, afirmou a agência. A própria instalação dos novos componentes será minuciosamente controlada. Anteriormente, a FAA foi criticada por ter aprovado o projeto original das baterias.
"As mudanças nas baterias do Boeing 787 irão garantir a segurança do avião e de seus passageiros", declarou o secretário de Transportes dos EUA, Ray LaHood. A princípio, a permissão de voo irá valer somente para os Estados Unidos, onde até agora somente a United Airlines possui aviões desse tipo.
Os documentos necessários para a avaliação das modificações na aeronave também serão disponibilizados às demais autoridades de segurança aérea mundiais, que terão de dar o seu aval.
Danos materiais
O primeiro Dreamliner foi entregue em setembro de 2011 à japonesa All Nippon Airways (ANA), ou seja, três anos após o prazo original. Além dos 50 aviões já fornecidos, a Boeing recebeu encomendas para entregar outras 840 aeronaves em todo o mundo. Hoje, além da ANA e da Japan Airlines (JAL), a norte-americana United Airways, a chilena LAN, a polonesa LOT e a indiana Air India possuem aeronaves Boeing 787, conhecidas por serem bastante econômicas.
Especialistas calculam que a pausa forçada custou à fabricante de aviões norte-americana Boeing, rival da europeia Airbus, pelo menos 600 milhões de dólares. Ainda não é possível calcular quanto sairá a conta no final, já que algumas empresas pretendem processar a Boeing por danos materiais.
Também devido ao mesmo motivo, no primeiro trimestre deste ano, a fabricante de aviões europeia Airbus entregou mais aeronaves aos clientes do que a concorrente norte-americana Boeing.
CA/rtr/dw/dpa
Revisão: Clarissa Neher