Bombardeios na Síria atingem 12 hospitais, diz MSF
29 de outubro de 2015Recentes ataques aéreos na Síria tiveram como alvo 12 hospitais e, assim, violaram o direito internacional, afirmou a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) nesta quinta-feira (29/10). Os bombardeios mataram ao menos 35 pessoas, entre pacientes e trabalhadores das unidades médicas, e feriram outras 72 pessoas.
Segundo a MSF, "uma escalada de ataques" em Idlib, Hama e Aleppo em outubro forçou o fechamento de seis dos 12 centros médicos – dos quais seis são gerenciados pela organização. Além disso, quatro ambulâncias foram destruídas.
A Médicos Sem Fronteiras não identificou quem é responsável pelo "aumento significativo" de ataques aéreos. Na mesma região, a Rússia vem realizando uma campanha aérea em apoio ao presidente sírio, Bashar al-Assad, desde o fim de setembro. O governo em Moscou tem sido acusado por outras instituições médicas de caridade e organizações de direitos humanos de matar civis e de bombardear hospitais.
Durante os cinco anos de guerra civil na Síria, aproximadamente 700 profissionais da saúde foram mortos e 313 ataques foram realizados a centros médicos no país, de acordo com dados da organização Médicos pelos Direitos Humanos (Physicians for Human Rights, em inglês). Mais de 90% desses ataques foram cometidos por forças do governo sírio.
"Depois de mais de quatro anos de guerra, continuo espantado com a forma como o direito humanitário internacional pode ser desrespeitado tão facilmente por todas as partes envolvidas nesse conflito", disse o chefe da MSF na Síria, Sylvain Groulx. "É o caso de questionar se esse conceito está morto."
A MSF afirmou que os recentes ataques aéreos e combates também deslocaram dezenas de milhares de pessoas. E, com o inverno se aproximando, dificultam ainda mais o "já difícil acesso aos cuidados de saúde para essas populações deslocadas".
Os bombardeios a hospitais na Síria vêm à tona pouco menos de um mês depois de um ataque aéreo dos EUA em Kunduz, no Afeganistão, ter atingido um hospital da MSF, matando mais de 20 pessoas. A MSF também acusou a Arábia Saudita de ter bombardeado hospitais no Iêmen.
PV/dpa/ots/ap