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'Static kill'

4 de agosto de 2010

Ao bombear lodo pesado para o canal de vazamento, a petroleira britânica diz ter conseguido estancá-lo. Operação para vedamento definitivo está prevista para meados de agosto.

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Foto: AP

Mais de três meses após a explosão e o afundamento da plataforma de petróleo da BP no Golfo do México, a petroleira britânica diz ter conseguido finalizar com êxito uma etapa fundamental para impedir definitivamente o vazamento.

A BP comunicou nesta quarta-feira (04/08), que o lodo bombeado no local do vazamento deverá resistir à pressão do poço. A operação denominada "static kill" foi qualificada pela empresa como passo decisivo para o fim do vazamento.

Na tarde de terça-feira, a equipe da BP passou oito horas bombeando lodo pesado para dentro do orifício do poço danificado. Desde então, a situação está sendo observada, e nenhum imprevisto tenha sido registrado.

'Static kill' e 'bottom kill'

Agora, a BP pretende se reunir com o encarregado do governo norte-americano para a questão, Thad Allen, a fim de definir os próximos procedimentos. Uma possibilidade seria bombear cimento para vedar definitivamente a perfuração. Também é possível que o próximo passo seja continuar introduzindo lodo no local.

Na terça-feira, Allen já havia se mostrado confiante de que a operação "static kill" fosse surtir efeito. Esse procedimento torna mais provável o êxito da próxima etapa, que prevê uma perfuração complementar.

A meta desta próxima operação, denominada "bottom kill" e planejada para meados de agosto, é injetar lama e cimento no canal de vazamento através de uma segunda perfuração a quatro quilômetros de profundidade no fundo do mar. Esta seria então a solução definitiva do problema, prevê a petroleira.

Prejuízos incalculáveis

Após a explosão da plataforma Deepwater Horizon em 20 de abril passado, 780 milhões de litros de petróleo (equivalente a 4,9 milhões de barris) vazaram no Golfo do México.

Diante da dimensão da catástrofe, a BP pode ser condenada a pagar ao governo norte-americano indenizações de até 17,6 bilhões de dólares. De acordo com a lei dos EUA, a multa por barril vazado pode chegar a 4.300 dólares. Até agora, a petroleira britânica reservou 32,2 bilhões de dólares para reparar os danos da catástrofe.

Já os prejuízos econômicos e ecológicos só podem ser estimados. Em uma enquete da Universidade de Columbia divulgada na terça-feira, 40% dos americanos residentes nos estados adjacentes ao Golfo do México se dizem diretamente afetados pela catástrofe.

Um quinto dos entrevistados mencionou que seus filhos tiveram problemas de saúde, entre os quais distúrbios respiratórios e doenças de pele, até insônia e angústia. Um quinto dos habitantes dessa região, cuja economia depende basicamente da pesca e do turismo, também declarou que seus rendimentos baixaram em decorrência da catástrofe.

SL/dpa/afp
Revisão: Roselaine Wandscheer