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Brasil anuncia compra de mais 100 milhões de doses da Pfizer

12 de maio de 2021

Segundo Ministério da Saúde, contrato para aquisição de vacina contra covid-19 já foi fechado, com previsão de entrega entre setembro e dezembro. Novas doses se somam a outras 100 milhões já encomendadas pelo país.

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Vacina da Pfizer-Biontech
Até agora, Brasil recebeu 1,6 milhão de doses da vacina da Pfizer-BiontechFoto: Douglas R. Clifford/Tampa Bay Times/ZUMA/picture alliance

O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (12/05) que fechou contrato para a aquisição de mais 100 milhões de doses da vacina contra covid-19 desenvolvida pela empresa alemã Biontech e produzida em parceria com a farmacêutica americana Pfizer.

"O Ministério da Saúde informa que já assinou o contrato com a Pfizer e aguarda a assinatura do laboratório", disse a pasta em nota.

Segundo o ministério, 30 milhões das doses deverão ser entregues em setembro, e o restante, até dezembro deste ano. Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a compra das novas doses foi viabilizada por uma medida provisória que abriu um crédito extraordinário de R$ 5,5 bilhões, dos quais R$ 3,8 bilhões serão usados para a aquisição da vacina da Pfizer.

A nova encomenda se soma às 100 milhões de doses iniciais adquiridas mediante um acordo fechado com a Pfizer em março. Até agora, o Brasil recebeu apenas 1,6 milhão de doses do imunizante, distribuídas em dois lotes, entregues em 29 de abril e 5 de maio. Está prevista para esta quarta a chegada ao país de um terceiro lote, com mais 628 mil doses.

Baixas temperaturas e alta eficácia

Em razão das condições específicas de armazenamento – os frascos devem ser mantidos em temperaturas entre -25 ºC e -15 ºC, por no máximo 14 dias –, as doses já entregues foram enviadas somente para capitais. Se as doses forem armazenadas em temperaturas de 2 ºC a  8 ºC, o prazo para uso diminui para apenas cinco dias.

A vacina da Pfizer é aplicada em duas doses, por enquanto em brasileiros com mais de 16 anos de idade. A indicação do fabricante é que a segunda dose seja aplicada 21 dias após a primeira, mas o governo brasileiro recomendou um intervalo três meses. É o mesmo adotado no Reino Unido (primeiro país a usar o imunizante) e tem como base estudos que apontam alta eficácia da vacina após a primeira dose.

O imunizante usa a tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), que, em termos simples, ensina as células do corpo humano a se defenderem do vírus responsável pela covid-19.

Segundo um estudo da farmacêutica americana Pfizer e a empresa de biotecnologia alemã Biontech divulgado no início de abril, a vacina contra a covid-19 permanece 91,3% eficaz em evitar o contágio pelo coronavírus por pelo menos seis meses após a aplicação da segunda dose.

Demora para aquisição

A  vacina da Pfizer foi a primeira a receber o registro definitivo da Anvisa. No segundo semestre de 2020, o laboratório fez várias propostas para o Ministério da Saúde, que previam a entrega de 70 milhões de doses, com início do envio de uma primeira carga em dezembro, mas a pasta não manifestou interesse.

As negociações voltaram a andar em dezembro, mas só resultaram num acordo após vários meses de disputa, em março. Representantes da Pfizer devem ser ouvidos na CPI da Pandemia nesta quinta-feira. Os senadores querem investigar por que o governo federal se recusou a comprar a vacina da Pfizer no ano passado.

lf (Reuters, ABR, OTS)