Brasil causa prejuízos à VW, e EUA à DaimlerChrysler
25 de julho de 2003No primeiro semestre de 2003, a Vokswagen teve um lucro de 596 milhões de euros, após o pagamento de impostos. Isso equivale a uma queda de 57,5%, em relação ao ano passado, anunciou a empresa, em Wolfsburg nesta sexta-feira (25/07). O lucro operacional diminuiu 51% para 1,2 bilhão de euros.
A valorização do euro frente ao dólar, que também afetou as demais montadoras alemãs, foi um dos fatores a pesar na balança, do lado negativo. Os demais fatores foram a queda de vendas em mercados importantes e altos custos para o desenvolvimento e produção dos novos modelos.
Brasil e perspectivas
No Brasil, que pesou no balanço por custos de reestruturação, as vendas caíram mais de 21% no primeiro semestre. Em São Paulo, após ameaças de greve, a Volks anunciou que manterá o acordo de estabilidade de emprego das fábricas de São Bernardo e Taubaté. Ainda está pendente um acerto para a recolocação de quase 4 mil funcionários das duas unidades no novo projeto Autovisão. O excedente de capacidade é um dos problemas da montadora alemã no Brasil, onde ela perdeu 8% de participação no mercado.
A VW conta com uma melhoria no segundo semestre, para o que aposta no novo Golf, a ser lançado dentro de alguns meses. A previsão total para 2003, contudo, é de uma clara diminuição do lucro operacional. Em 2002, ele atingiu 4,7 bilhões de euros.
O problema da Daimler tem um nome: Chrysler
Após alguns êxitos no saneamento da Chrysler, a montadora americana tornou a estragar o balancete da DaimlerChrysler no segundo trimestre, divulgado nesta quinta-feira (24/07), em Stuttgart (Alemanha) e Auburn Hills (EUA). Os lucros após o pagamento de impostos e amortizações caíram 90% para 109 milhões de euros (há um ano somaram 1,1 bilhão de euros). O lucro operacional diminuiu 62%, para 641 milhões de euros, de abril a junho.
A principal razão foi um prejuízo operacional na Chrysler de quase um bilhão de euros (948 milhões). As causas, segundo a montadora, são a fraca demanda nos EUA e a guerra dos descontos. Provocada pela forte concorrência no mercado automobilístico, ela faz com que haja diferença de até 4 mil dólares por modelo de automóvel. Apesar dos "progressos substanciais em produtividade e qualidade", ressaltados por seu presidente, Jürgen Schrempp, os analistas estimam que a Chrysler terá que continuar apertando o parafuso da contenção de gastos e que sua situação só irá melhorar em 2004.
Não obstante, Schrempp manteve a expectativa de fechar o ano com um lucro de 5 bilhões de euros. O faturamento, porém, deve diminuir 7%, para 135 bilhões de euros, em função da baixa cotação do dólar. O desempenho do Mercedes Car Group brilhou como a estrela que orna o capô de um dos carros mais apreciados no mundo. Apesar de um menor faturamento e da queda das vendas, ele conseguiu aumentar o lucro em 2%, para 851 milhões de euros, graças a uma nova concepção de modelos e ao novo Mercedes Classe E.